Carlos Nobre, um dos mais importantes cientistas do mundo na área do clima, é o convidado do Roda Viva desta segunda-feira (13).
Durante o programa, Laís Duarte, repórter da TV Cultura, pergunta ao pesquisador por que ele considera a COP30 a mais importante da história e o que se pode esperar dos resultados desse encontro.
Carlos explica que, na COP21, realizada em 2015, foi adotado o Acordo de Paris, que adotou a ideia de que os países deveriam apresentar suas próprias metas voluntárias de redução das emissões de gases de efeito estufa para combater as mudanças climáticas.
“A ideia era não ultrapassar 1,5°C, mas os países concordaram em não deixar que a temperatura passasse de 2°C. Então, o objetivo foi reduzir 70% das emissões até 2050 e zerar as emissões líquidas até 2100", explica.
Em 2018, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicou um relatório sobre os riscos do aumenta de 1,5°C na temperatura global, que se tornou um dos destaques daquele ano. O documento apresentou como o mundo poderia limitar esse aumento e detalhou alguns dos impactos associados ao fenômeno.
“Na COP26, em 2021, em Glasgow, a ciência já mostrava que não podíamos ultrapassar 1,5°C. Ela indicava, naquele ano, a necessidade de reduzir 43% das emissões em relação a 2019 até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050. De repente, a temperatura aumentou muito entre 2023, 2024 e o início de 2025, atingindo 1,5°C acima da média", destaca.
“Todos os eventos extremos ‘explodiram’ quando a temperatura chegou a 1,5°C. A ciência já sabe disso há muitas décadas. Todos os relatórios apontavam que fenômenos como ondas de calor, secas, incêndios florestais, chuvas intensas e rajadas de vento se intensificariam de forma excessiva se essa temperatura fosse alcançada", afirma Carlos.
O pesquisador ressalta que o risco de atingirmos o patamar de 1,5°C é muito alto nos próximos anos, caso não haja uma redução drástica nas emissões. Por isso, a próxima COP precisa garantir que os países se comprometam com a diminuição rápida dos gases de efeito estufa.
Participam da bancada de entrevistadores Laís Duarte, repórter da TV Cultura, Tayguara Ribeiro, jornalista da Folha de S.Paulo, Juliana Domingos de Lima, repórter de Meio Ambiente do Estadão, Cristiane Prizibisczki, repórter especial do site O Eco, e Giovana Girardi, repórter especial de Meio Ambiente da Agência Pública.
Com apresentação de Vera Magalhães, o Roda Viva vai ao ar às 22h na TV Cultura, no site da emissora, app Cultura Play, além de YouTube, X, Tik Tok e Facebook. Os desenhos em tempo real são de Luciano Veronezi.
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