Fundação Padre Anchieta

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Reprodução | TV Cultura
Reprodução | TV Cultura

Neste Dia dos Professores, o Jornal da Tarde, da TV Cultura, conta a história de duas professoras do ensino fundamental que foram reconhecidas por trabalhos inovadores – histórias que provam como a educação no Brasil poderia avançar se a figura do professor fosse mais valorizada.

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O projeto “Motirô Cerâmica”, que acontece em uma escola de São Miguel Paulista, na zona oeste da capital paulista, foi idealizado pela professora de artes Suzana Patelli. A proposta é usar a argila para entender outras disciplinas escolares, como matemática, geometria e física.

“Nós prepassamos por matemática na parte de proporção, na parte de sólidos geométricos principalmente. Em física, a gente trabalha a retração da matéria porque às vezes eles [alunos] fazem [a cerâmica] em um tamanho, e ela reduz; então a gente precisa entender o que está acontecendo com aquela peça”, comenta Suzana.

Depois da peça de cerâmica passar pelo processo de vitrificação, os alunos podem expor e até vender a peça que criaram.

O “Motirô Cerâmica” está, inclusive, entre as melhores iniciativas pedagógicas apontadas em um mapeamento deste ano, do Itaú Social, em escolas de todo o país.

“Eu sou muito feliz nesse sentido, porque eles [alunos] saem daqui em um ano; quando chega no ano seguinte, às vezes eles me mandam mensagem via WhatsApp: ‘Professora, pensei numa peça aqui nas férias, vai ter projeto esse ano?’ Então eu vejo que eles saem mais empolgados, participativos e pertencentes à escola”, completa a professora.

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Além do “Motirô Cerâmica”, outro projeto no extremo sul da capital paulista estimula as crianças a se orgulhar da cor da pele, da textura do cabelo e da região onde vivem. A proposta é idealizada pela educadora periférica Renata Moura.

“Nessa faixa etária a gente precisa trabalhar com representatividade, porque essas crianças precisam se ver, se projetar e se pensar. Se você for olhar, quando eu era criança, a gente não tinha onde se projetar; era aquilo e pronto, estava posto”, destaca a educadora.

Rodas de conversa, livros antirracistas, histórias de personalidades negras, criação de penteados e confecção de autorretratos ajudam a tarefa de conscientizar os pequenos – que ainda estão entendendo o mundo. O projeto foi, inclusive, indicado ao prêmio “Educador Nota Dez”, deste ano.

A pesquisadora em Educação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Adriana Marigo, destaca que com as mudanças cotidianas e sociais cada vez mais aceleradas, o trabalho dos professores ultrapassa o ambiente escolar.

“Estamos em um mundo que está mudando de forma de forma cada vez mais acelerada. Então, o trabalho dos professores, das professoras está relacionado com as questões sociais também que acontecem fora da escola”, diz.

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