Após grande repercussão da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, após o menino cair do 9° andar de um prédio no bairro de São José, no centro de Recife, na última terça-feira (2), a empregadora Sarí Gaspar Côrte Real, primeira-dama do município de Tamandaré, se pronunciou através de uma carta na noite desta sexta-feira (5).

A ex-patroa da doméstica Mirtes Renata, mãe de Miguel, foi autuada por homicídio culposo, por ter agido com negligência.

Segundo a polícia, após Mirtes ter saído do apartamento para passear com o cachorro dos patrões, Miguel teria procurado pela mãe e caído de uma altura de 35 metros. Como a patroa era responsável pela guarda momentânea do menino, ela foi presa e pagou fiança de R$ 20 mil para ser liberada da delegacia.

Em vídeo gravado pelas câmeras de segurança do condomínio, mostra Miguel sozinho dentro de um elevador e Sarí, no hall do lado de fora, apertando um botão de outro andar e liberando a porta do elevador com o menino dentro dele.

A carta foi divulgada por Pedro Avelino, advogado da família de Sarí Gaspar.

Leia a íntegra da carta:

Como mãe, sou absolutamente solidária ao seu sofrimento. Miguel é e sempre será um anjo na sua vida e na sua família. Não há palavras para descrever o sofrimento dessa perda irreparável. Nunca, mas nunca mesmo, pude imaginar que qualquer mal pudesse acontecer a Miguel, muito menos a tragédia que se sucedeu. Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará também pelo resto da vida. Estou sendo condenada pela opinião pública como historicamente outros foram. As redes sociais potencializam o ódio das pessoas. Tenho certeza que a Justiça esclarecerá a verdade. Na nossa casa sempre sobrou carinho e amor por você, Miguel e Martinha. E assim permanecerá eternamente. Rezo muito para que Deus possa amenizar o seu sofrimento e confortar seu coração.

Sarí Gaspar

Durante a tarde desta sexta-feira, houve um protesto e moradores de Recife foram para as ruas pedir justiça pela morte do menino. Os manifestantes percorreram as ruas do centro da cidade até o prédio onde Miguel Otávio caiu.