O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta (10) a recriação do Ministério das Comunicações e a nomeação de Fábio Faria (PSD-RN) para o comando da pasta. O deputado é filiado a um dos partidos do Centrão, e é casado com a apresentadora Patrícia Abravanel, filha do comunicador Silvio Santos.
Bolsonaro reconheceu que a escolha do novo ministro não é técnica, mas justificou a nomeação pela proximidade com dono do SBT. "Vamos ter alguém que não é um profissional do setor, mas que tem conhecimento até pela vida que tem junto à família do Silvio Santos", afirmou o presidente.
A Medida Provisória que recria o ministério também desmembra o Ministério da Ciência e Tecnologia, e extingue a Secom, (Secretaria Especial de Comunicação), que foi incorporada ao novo ministério e realocou Fábio Wajngarten para a posição de secretário-executivo da pasta. A pasta terá controle das verbas de propaganda do governo federal e sobre a EBC.
Para o cientista político Marcelo Issa, a decisão demonstra a quebra de promessas de campanha de Bolsonaro e sinaliza aproximação com o chamado Centrão. "Ele prometia que a quantidade de ministérios ficaria em torno de 15; com essa decisão, alcançamos 23. Também prometia que os ministros teriam formação técnica na área, mas não há nada no currículo do deputado indicado que demonstre essa experiência, a não ser sua relação de parentesco com o dono de uma das principais emissoras de TV do país, o que pode permitir questionamentos sobre a isenção do deputado na condução do ministério", afirma.
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