Fundação Padre Anchieta

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O futebol segue sendo o mais fiel retrato do nosso país e de seu povo. Gostaria de poder negar que se trata de uma obra nossa mas não dá. Poderia aqui usar o jogo entre Flamengo e Bangu que marcou a volta do futebol profissional ao nosso país depois da paralisação causada pela pandemia do coronavírus como exemplo. Mas acredito que o que se deu no Maracanã foi apenas um efeito colateral de tudo o que anda se desenhando nos bastidores. Não podemos acusar os cartolas de inércia. Desde os primeiros dias trataram de se mexer. Correram à Brasília. É sempre lá que se desembola o meio de campo. Estão perto de uma vitória. Entre outras ajudas, os clubes terão o direito de suspender o pagamento do Profut durante a pandemia. Seria o caso de perguntar : quem exatamente irá dizer quando a pandemia acabou ? Como seria o caso de perguntar se a bensse não deveria ser concedida apenas aos clubes que nada devem ao governo. A saber, nove dos trinta e seis inscritos.

Há outras questões. A medida provisória assinada pelo presidente da República, imediatamente apelidada no Congresso de MP do Flamengo. Aquela que veio depois de algumas visitas do presidente rubro-negro ao planalto. Nela são muitos os tópicos, mas o principal é dar aos clubes mandantes o direito de negociar os jogos com as emissoras. Lei que parece pensada sob medida para o time da Gávea e que cria outra realidade para a TV Globo - a principal parceira dos clubes brasileiros - com quem o presidente tem andado às turras. Agindo assim estão cuidando exatamente dos interesses de quem? Não tardou para que alguém dissesse que a mudança favorecerá o espectador. Mas sabemos muito bem que se isso acontecer terá sido por tabela.

O que temos visto é de arrepiar. E disso o Flamengo x Bangu foi prova. Partida que teve o protocolo revisto na véspera. Sem falar nas equipes voltando a treinar sem autorização. A CBF acaba de anunciar que o Brasileirão pode voltar no dia 09 de agosto. Será? Vejam, a Alemanha precisou um mês para que um protocolo de cinquenta páginas fosse feito e colocasse todos os clubes sob às ordens que ele ditava. Detalhe: lá tudo se reiniciou quando a curva de contágio estava claramente em queda. Certeza que ainda não temos aqui. Na Espanha a retomada se deu setenta e um dias após o pico do contágio. Na Inglaterra foram setenta e oito dias. Sei que muitos são os argumentos que embasam tudo o que vem sendo feito no sentido da retomada. Mas a impressão que tenho é que na falta de unidade para tratar o problema estamos todos, como sociedade e como torcedores, perdidos. Que cada região tenha seus números e sua realidade sou perfeitamente capaz de compreender. Mas quando se trata de esporte parto do seguinte princípio: a igualdade de condições é imprescindível. Então, que se tenha a sabedoria de retomar tudo quando todos os envolvidos em uma competição estiverem vivendo a mesma realidade.