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Protesto contrário à vacinação contra covid-19 em New Hampshire. Outubro de 2021
Manifestações foram realizadas em diversas cidades dos EUA contra vacinação obrigatória

Joe Biden tem estimulado os empregadores dos Estados Unidos a darem um ultimato a seus funcionários: sejam vacinados ou perderão o emprego.

O presidente americano diz que, em breve, colocará em vigor uma regra que exige que todos os profissionais de saúde tenham recebido a vacina, e pediu aos Estados que façam o mesmo com os professores.

Em Concord, capital do Estado de New Hampshire, é impressionante ver alguns dos participantes de um grande protesto contra a obrigação de vacinação vestindo uniformes hospitalares.

Leah Cushman está preparada para perder seu emprego de enfermeira por recusar-se a ser vacinada.

"Minhas crenças são religiosas. Acredito que meu criador me dotou de um sistema imunológico que me protege e, se eu ficar doente, isso é um ato de Deus. Eu não tomaria um remédio que afeta o sistema imunológico", diz Cushman. Ela nega que haja qualquer conflito entre essas crenças e as responsabilidades de seu trabalho.

A enfermeira argumenta que as vacinas contra covid-19 ainda seriam "experimentais", apesar de a vacina da Pfizer ter total aprovação da FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, equivalente à brasileira Anvisa) — o que significa que o órgão regulador considera que foram coletados dados suficientes para indicar que a droga é segura e eficaz. Mas Cushman diz que não toma mais vacinas em nenhuma circunstância.

Leah Cushman
Leah Cushman diz que não toma mais vacinas

Administradores que já decidiram impor a obrigação de vacinação em seus hospitais dizem que o objetivo principal é fazer com que os pacientes se sintam seguros.

Scott Colby, diretor-executivo do Upper Connecticut Valley Hospital, reconhece porém que perdeu vários funcionários por causa da questão da vacina, em um período em que o hospital ficou mais movimentado com a variante Delta e o acúmulo de procedimentos não relacionados à covid.

O administrador diz que, no geral, ainda é a decisão certa exigir a vacinação, em parte porque a covid-19 em suas manifestações mais graves entre os funcionários — que é mais provável entre os não vacinados — é um dreno de recursos evitável.

Colby também avalia que parte da oposição não parece ter uma base puramente médica ou religiosa.

"Não é apenas a covid. Existem outras vacinas que os funcionários devem tomar, como a MMR [chamada no Brasil de tríplice viral, por atuar contra sarampo, caxumba e rubéola] ou a vacina contra hepatite. Então, dizer que isso não é político seria hipócrita", diz Colby.

De volta ao protesto, Leah Cushman, que além de enfermeira formada também é deputada estadual pelo Partido Republicano, diz que sua postura também é sobre liberdade.

"O governo Biden ataca nossos direitos soberanos. Somos profissionais de saúde, mas ainda precisamos poder escolher o que acontece com nossos corpos", diz ela.

Algumas das enfermeiras na manifestação sentem que são os hospitais fazendo política e que, se a questão fosse realmente de confiança dos pacientes, a prioridade seriam os testes semanais, e não a vacinação, posto que mesmo aqueles que receberam a vacina podem transmitir o vírus.

No entanto, mesmo a opção pela realização de testes regulares é inaceitável para muitos dos americanos que se recusam a ser vacinados.

Kahseim Outlaw acaba de perder seu emprego em Wallingford, Connecticut, exatamente por esse motivo. Ele foi nomeado Professor do Ano em sua escola no ano passado, mas sentiu que a obrigação de ser vacinado imposta pelas autoridades estaduais era algo que ele não podia cumprir.

"Não utilizo nenhum tipo de ingrediente sintético na minha vida, seja para fins medicinais, suplementação ou alimentação. Portanto a ideia de ser vacinado é algo que vai diretamente contra a forma como vivo minha vida", afirma.

Kahseim Outlaw
Kahseim Outlaw perdeu seu emprego por se recusar a ser vacinado

Como para todos os professores do Estado, foi dada a Outlaw a possibilidade de realização de testes de covid semanais, mas ele afirma que viu isso como um "procedimento médico desnecessário", que era desconfortável.

"A maneira como nossa alma fala conosco, aquela vozinha que nos diz quando algo está alinhado ou não, essa voz está me dizendo que preciso tomar essa decisão específica agora."

Uma coisa que Outlaw diz que aceitaria fazer é um teste de anticorpos para mostrar que ele contraiu covid no ano passado, como acredita, que revelaria sua "imunidade natural" ao vírus. Ele reconhece, porém, que não há como saber quanto tempo durará uma resposta imunológica natural.

Mas esta não é uma opção oferecida a ele por seu empregador.

Na sala de aula, Kahseim Outlaw estaria, é claro, em contato próximo com os alunos. Mas e os funcionários que trabalham totalmente isolados em casa? Seus empregadores têm o direito de exigir que sejam vacinados?

Rob Segrin mora em uma área remota da zona rural de New Hampshire, mas foi informado que perderá seu emprego de tecnologia da informação (TI) se não receber a primeira dose de vacina contra a covid-19 até o final deste mês.

Rob Segrin
'Nunca vou ao escritório, nunca interajo com pessoas', diz Rob Segrin

"Meu trabalho é 100% remoto. Nunca vou ao escritório, nunca interajo com pessoas. Eu me oponho à vacina porque, na minha opinião, não houve anos suficientes de estudo, mas eu protejo minha família da maneira que posso", diz Segrin.

"A sensação é de que essa ordem de 'faça isso ou perca o emprego' é um ataque pessoal contra mim e minha família. Como se eles estivessem vindo atrás do meu sustento", acrescenta.

Segrin diz que as discussões com seu empregador têm sido infrutíferas até agora e, do jeito que as coisas estão, ele perderá seu emprego de tempo integral e, como consequência, o plano de saúde de sua família também.

Em todos os Estados Unidos, tem havido grandes inconsistências nas políticas públicas relacionadas à vacina, assim como durante toda a pandemia, e os Estados republicanos continuam a resistir à obrigação de imunização.

Enquanto o país lida com argumentos sobre liberdades individuais e saúde pública, os números mostram que o vírus ainda mata cerca de 1.500 americanos por dia.


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