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Muitos usuários de Android estão frustrados com o fato de terem sido excluídos da possibilidade de aderir ao Clubhouse, nova rede social de áudio que nos últimos dias se tornou febre no Brasil. O app, desenvolvido nos Estados Unidos, já tem mais de 2,4 milhões de usuários e é avaliado em mais de 1 bilhão de dólares, mas está disponível somente nos aparelhos iPhone.

Em uma postagem recente em seu blog, o Clubhouse explicou que está “emocionado” em voltar sua atenção para o aplicativo Android. Isso confirma os planos do serviço para lançar uma versão para Android. No entanto, o comentário entusiasmado foi em referência a como o Clubhouse planeja “começar a trabalhar em nosso aplicativo Android”, indicando claramente que ainda não iniciou efetivamente os trabalho na versão Android. Além disso, a postagem também diz que o plano para ‘começar a trabalhar’ acontecerá "em breve", sugerindo uma espera ainda mais longa.

Mas por que os desenvolvedores em geral ainda privilegiam o iPhone, mesmo com mais de 70% dos aparelhos do mundo usando o sistema Android? A questão é antiga, quando o Instagram começou, por um bom tempo a rede social também não teve uma versão para Android. Mas desde então o número de aparelhos Android só aumentou.

1 - Facilidade para quem programa

A Apple tem um número limitado de versões de seus aparelhos. Por outro lado, o Android está em centenas de versões de aparelhos dos mais diversos fabricantes. Essa variedade dificulta garantir que o app funcionará corretamente em todas as versões. Por seu número reduzido de variantes, é mais fácil desenvolver apps para a Apple. Em um relatório recente, a maioria dos desenvolvedores da Apple disse que passa a maior parte do tempo codificando, enquanto a maioria dos desenvolvedores do Android passa o tempo testando e depurando.

2 - Follow de money

Apesar do Android ser líder absoluto de mercado, ele não é o líder absoluto de faturamento. O Android reina absoluto nos países de terceiro mundo, altamente populosos. Por outro lado, os consumidores da Apple tendem a gastar mais com compras dentro dos telefones. Desse modo, quem desenvolve para o iPhone acaba atingindo uma audiência de maior poder aquisitivo de maneira geral.

3 - Status

O iPhone ainda é considerado um símbolo de status. Um dos diferenciais do Clubhouse foi ter sido primeiramente adotado no Vale do Silício. E no Vale do Silício, a Apple ainda é a referência em smartphones. Mas as vendas da Apple seguem inabaláveis mesmo com o preço mais alto em relação à concorrência. Então, os aplicativos iOS têm uma aceitação melhor do que os aplicativos Android.

4 - Exclusividade

Além do fator de status, o iPhone ainda tem uma aura de exclusividade. Essa busca pela aura de exclusividade é o que leva apps, incluindo o Clubhouse, a começarem somente com “convites”. Mais limitado, mais exclusivo. Mesmo que isso na prática seja uma ilusão, já que milhões de pessoas estão usando.

5 - Menos problemas

A loja de apps da Apple tem um processo de aprovação mais rigoroso que a loja do Android. Isso reduz a chance do app ser publicado com erros. O Clubhouse até recentemente era uma empresa que no total tinha somente nove funcionários.

Leia também: Clubhouse, a reinvenção dos podcasts

Agora você já sabe porque o iPhone é a prioridade de boa parte dos desenvolvedores. E se você tem Android, a saída é ter paciência ou trocar de aparelho, porque nada indica que o Clubhouse chegará rapidamente ao Android.

Guilherme Ravache é consultor digital e colunista. Publica regularmente artigos sobre inovação e mídia na MIT Technology Review Brasil, Notícias da TV e Jornal do Commercio (JC). Jornalista com passagens pelas redações da Folha de S. Paulo, Revista Época e Editora Caras. Foi diretor de atendimento da Ideal H+K Strategies e gerente sênior de comunicação e marketing de relacionamento da Diageo.