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Após 40 anos, Metallica não tem intenção de reduzir a marchaA banda de rock têm duplo jubileu para comemorar, pois há 30 anos lançava o sucesso "The Black Album". Entre participantes da "Metallica Blacklist", Elton John, Miley Cyrus e pianista Igor Levit.O mundo do rock agradece até hoje ao dinamarquês nato Lars Ulrich por, em 1981, aos 16 anos de idade, ter publicado um anúncio que dizia: "Baterista procura outros músicos de metal para jam sessions juntos. Influências: Tygers of Pan Tang, Diamond Head, Iron Maiden."

Um certo James Hetfield, da Califórnia, convidou Ulrich para uma audição, e não ficou convencido: "Infelizmente ele não era a pessoa certa para nós, então a gente deu no pé e deixou a conta da sala de ensaios para ele pagar", contaria Hetfield, anos depois, à revista Rolling Stone.

Mas Ulrich não desistiu. Mesmo sem ter ainda uma banda, conseguiu convencer os produtores da compilação Metal Massacre a deixá-lo gravar uma música, e com isso atraiu Hetfield. Em 28 de outubro de 1981 era criada a Metallica. Sua primeira canção conjunta, Hit the light, uma barulheira incrivelmente veloz, acabou, de fato, entrando no sampler.

Inventando o "thrash metal"

Os inícios foram acidentados, só após várias mudanças de pessoal a trupe estava completa. Quando Ulrich, Hetfield e o guitarrista Dave Mustaine finalmentre encontram o baixista Cliff Burton, fizeram tanta questão de tê-lo na banda que concordam em mudarem-se todos para onde ele morava: San Francisco.

Já se conhecia a assim chamada "new wave of British heavy metal" (NWOBHH), da Iron Maiden, Venom ou Motörhead, cuja música era bem selvagem e veloz. Mas os garotos dos Estados Unidos queriam mais: com o som de seus ídolos britânicos na cabeça, bandas como Metallica, Anthrax, Exodus ou Slayer deslancharam uma música brutal – mais rápida, mais energética e agressiva que a de seus modelos.

Com esse "thrash metal" eles deram um golpe de misericórdia no que era conhecido, no começo dos anos 80, como "hardrock". Em inglês, to thrash significa espancar de maneira violenta e repetida. E, de soco em soco, os quatro desbravaram a cena musical da Costa Oeste americana, transformando-se numa dica disputada do underground.

Do primeiro disco ao Grammy

Em 1983 lançaram o primeiro álbum, Kill 'em all. O guitarrista Mustaine teve que sair do grupo, devido a seu consumo alcoólico – embora seus colegas também não fossem nada comedidos nesse aspecto: durante uma época o conjunto levou o apelido "Alcoholica".

A banda alcança o Olimpo do rock em 1986, com o álbum Master of Puppets, que leva em turnê pela Europa. Seu ônibus tem um acidente, que resulta fatal para Cliff Burton. Até o hoje, o Metallica presta homenagem ao antigo baixista, em seus concertos.

Apesar da perda, o show tem que continuar. Em 1990 lançam a canção One. Com mais de sete minutos de duração, pela primeira ela é acompanhada de um vídeo, apresentado na lista de rotação da emissora MTV. Vem o primeiro Grammy de melhor performance de metal.

Álbum Metallica, o apogeu da banda

No ano seguinte é a vez do álbum Metallica, também conhecido como The Black Album, devido à cor da capa. Entre suas canções estão Enter Sandman e Nothing else matters, ambas incluídas na lista das "dez mais". Para as gravações, porém, o produtor Bob Rock enlouqueceu os músicos: eles passaram um ano no estúdio, resultando no divórcio de três deles.

A banda tem seus sacrifícios premiados: Metallica conquista as paradas de sucessos em dez países, inclusive nos EUA. O disco consegue se equilbrar entre o mainstream e o metal: a música continua sendo de difícil digestão, veloz e virtuosística, mas também é mais evocadora, mais groovy e, por vezes, até mais suave. E assim Nothing else matters se torna o primeiro hino metal a ser tocado nas rádios mainstream.

Passados 30 anos, James Hetfield fica de lágrimas nos olhos ao ouvir Elton John dizer que Nothing else matters é uma das melhores canções já escritas. Quando um superstar britânico assim, um deus pop, um sir, ordenado cavaleiro pela rainha Elizabeth 2ª... quando um homem desses acha fantástica uma canção rock de que faz a versão cover, a honra é realmente enorme. Até mesmo o líder da banda de rock mais durona do mundo tem o direito de ficar de olhos úmidos.

The Metallica Blacklist

É claro que essa cover, com Elton John e a estrela americana Miley Cyrus, acompanhados pelo baixista do Metallica, Robert Trujillo, e o baterista do Red Hot Chili Peppers, Chad Smith, tinha, de qualquer jeito, que estar na edição de jubileu do Black Album.

Ao completar 40 anos, o Metallica se deu de presente uma produção em que reúne uma ampla miscelânea de bandas e músicos dos mais variados gênros para apresentar as canções do legendário disco, sob o título The Metallica Blacklist.

Numa caixa com quatro CDs estão 53 versões das músicas que fizeram o original de 1991 vender mais de 30 milhões de exemplares. Além de John e Cyrus, também o cantor Dave Gahan, do Depeche Mode, e o pianista clássico Igor Levit estão entre os responsáveis por um total de 12 versões de Nothing else matters.

Enter Sandman fica a cargo dos roqueiros da Weezer, do bardo latino Juanes e da cantora pop e R&B Alessia Cara. Sad but true figura como uma divertidíssima mistura de hip-hop mexicano, dancehall jamaicano e rock. Fiel ao próprio perfil, o trio punk australiano The Chats executa Holier than you; Kamasi Washington dá uma versão jazzística de My friend of misery; e The Man se encarrega de Don't tread on me.

A antologia não é para ser escutada de uma vez só, mas pelo menos ajuda a passar o tempo até o próximo álbum de verdade do Metallica. E já não é sem tempo, pois sua última criação, Hardwired... to self-destruct, já vai completar cinco anos.

Nesse ínterim, após a paralisação forçada pelo novo coronavírus, a banda retoma os primeiro shows. Entre os grandes planos estão uma apresentação no festival Hockenheimring, na Alemanha, em junho de 2022. O guitarrista Kirk Hammett, pelo menos, já deixou claro que chega de pausa: "Não vejo qualquer razão para puxarmos uma marcha mais baixa."