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Jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foram mortos na AmazôniaForagido, suspeito se entregou na delegacia de Atalaia do Norte. Polícia afirma que ele tem envolvimento direto nos assassinatos do jornalista britânico e do indigenista.A Polícia Federal (PF) prendeu neste sábado (18/06) o terceiro suspeito de envolvimento nos assassinatos do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. O detido, que estava foragido, se entregou na Delegacia de Atalaia do Norte.

O suspeito foi identificado como Jeferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha". De acordo com o delegado Alex Perez Timóteo, Lima tem envolvimento direito no caso e participou ativamente da emboscada até a ocultação de cadáver. Após ser interrogado, ele deve passar por uma audiência de custódia.

Além de Lima, os irmãos pescadores Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", e Oseney de Oliveira, o Dos Santos, estão presos por envolvimento nas mortes. Amarildo confessou o assassinato e apontou aos investigadores onde os corpos foram enterrados. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Oseney nega a participação no crime.

As motivações dos assassinatos ainda estão sendo investigadas e a polícia também procura pela embarcação que Dom e Bruno usavam no momento em que foram abordados pelo grupo.

Na sexta-feira, a PF afirmou que não houve um mandante ou organização criminosa por trás das mortes. A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), porém, discorda da conclusão da PF. Segundo a entidade, foram repassadas à polícia informações sobre organizações criminosas que estariam atuando na região e que poderiam estar ligadas às mortes. No documento, a Univaja solicita que as investigações continuem e que nenhuma hipótese seja descartada.

Bruno Pereira fazia parte da Univaja e, segundo a entidade, era alvo de ameaças constantes de madeireiros, garimpeiros e pescadores da região.

Identificação dos corpos

A PF confirmou ainda na sexta-feira que os restos mortais encontrados são do jornalista britânico. O material foi identificado por peritos do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília, por meio de exame da arcada dentária. O trabalho de perícia continua para a identificação dos remanescentes humanos do indigenista.

Dom Phillips e Bruno Pereira foram vistos pela última vez em 5 de junho, enquanto viajavam pelo Vale do Javari, uma região remota do estado do Amazonas palco de conflitos entre indígenas e invasores de terras.

Amarildo foi preso em 7 de junho por suspeita de envolvimento no desaparecimento. A polícia chegou ao nome de Amarildo ainda no início das investigações. Testemunhas ouvidas pelas autoridades policiais disseram que viram Amarildo ameaçando Pereira. Uma testemunha também relatou que Amarildo foi visto em uma lancha, navegando logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips.

Em 14 de junho, a PF informou que prendeu mais um suspeito. Ele foi identificado como Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos", de 41 anos, irmão de Amarildo.

Phillips e Pereira

Jornalista veterano e colaborador do The Guardian, Phillips tinha 57 anos e vivia no Brasil há 15 anos. Ao longo da sua carreira, ele também escreveu para vários outros veículos internacionais, incluindo Financial Times, New York Times e Washington Post, além de ter produzido reportagens para o serviço em inglês da Deutsche Welle (DW).

Antes de desaparecer, Phillips trabalhava num livro sobre preservação da Amazônia, com apoio da Fundação Alicia Patterson, que lhe concedeu uma bolsa de um ano para reportagens ambientais, que durou até janeiro. Phillips deixa uma viúva, Alessandra, que nos últimos dias divulgou diversos apelos para que as autoridades se empenhassem mais pela busca dos desaparecidos.

Bruno Araújo Pereira era considerado por organizações ambientais e indígenas um dos funcionários mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai) que atuava na região do Vale do Javari. Em 2018, ele se tornou o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recém Contatados da Funai, mas acabou exonerado do cargo em outubro de 2019, após pressão de setores ruralistas.

cn (ots)