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A etnia Amhara se estabeleceu na região de Oromia há cerca de 30 anos, através de programas de reassentamentoSobreviventes de um ataque na região de Oromia afirmam que alvos do massacre eram membros da etnia amara, uma minoria na área. O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, condenou a violência.O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, condenou nesta segunda-feira (20/06) o que descreveu como "atos horríveis" na região de Oromia, onde várias testemunhas afirmam ter havido um massacre de centenas de civis no fim de semana.

"Ataques a civis inocentes e destruição de meios de subsistência por forças ilegais e irregulares são inaceitáveis", escreveu Abiy no Twitter, sem dar muitos detalhes sobre a que se referia, mas prometendo "tolerância zero".

"Restaurar a paz e a segurança nas comunidades afetadas continua sendo nossa principal prioridade", completou o primeiro-ministro.

Segundo relatos de sobreviventes, no sábado, homens armados no distrito de Gimbi, na Zona Oeste de Wollega, supostamente lançaram um ataque contra a etnia amara, uma minoria étnica na região.

Várias testemunhas, que preferiram não revelar os nomes por medo de represálias, relataram de 260 a 351 pessoas.

"Contei 230 corpos. Receio que seja o mais mortal ataque contra civis a que assistimos até agora", disse Abdul-Seid Tahir, um habitante de Gimbi, após ter escapado do massacre.

"Estamos enterrando [as vítimas] em valas comuns e ainda estamos recolhendo os corpos. Chegaram agora unidades do exército federal, mas temos receio de que os ataques prossigam quando elas partirem", afirmou.

No domingo, uma testemunha disse que a comunidade amara local procurava desesperadamente ser realocada "antes que outra rodada de assassinatos em massa acontecesse”. A etnia se estabeleceu no local há cerca de 30 anos, através de programas de reassentamento.

Governo culpa grupo terrorista

Em um comunicado, o governo regional de Oromia culpou o Exército de Libertação Oromo (OLA), afirmando que os rebeldes atacaram "depois de serem incapazes de resistir às operações lançadas pelas forças de segurança [federais]".

Um porta-voz da OLA, Odaa Tarbii negou a responsabilidade pelo ataque e culpou as forças do governo pelo massacre.

"O ataque a que se referem foi cometido pelo regime militar e milícias locais quando se retiravam do seu campo em Gimbi na sequência da nossa recente ofensiva", disse.

"Eles fugiram para uma área chamada Tole, onde atacaram a população local e destruíram suas propriedades como retaliação por seu apoio ao OLA", completou.

O OLA, designado pelo governo central como uma organização terrorista, se separou da Frente de Libertação Oromo, um grupo de oposição banido que retornou do exílio depois que o primeiro-ministro Abiy Ahmed assumiu o cargo, em 2018, e promoveu acordos de paz.

No ano passado, o OLA formou uma aliança com a Frente de Libertação Popular Tigray (TPLF), que vem travando uma guerra contra o governo federal no norte do país. Até agora, não há informações de que o ataque de sábado esteja diretamente ligado ao conflito no Tigré, que começou em novembro de 2020, matando milhares e desalojando milhões.

Os soldados da TPLF consideram Abiy Ahmed um inimigo. Antes de Abiy se tornar o líder da Etiópia em 2018, a TPLF dominou a política nacional por quase 25 anos.

Tensões étnicas generalizadas

A Comissão de Direitos Humanos da Etiópia, designada pelo governo central, apelou nesta segunda-feira ao governo de Abiy Ahmed que encontre uma "solução duradoura" para evitar a morte de civis.

Abiy é o primeiro membro da etnia oromo a governar o país. No entanto, alguns membros de sua etnia acreditam que ele traiu os interesses da comunidade.

O massacre ocorreu dias depois de a Comissão de Direitos Humanos da Etiópia acusar as forças de segurança do governo de executar sumariamente moradores na região fronteiriça de Gambella, depois que as forças acusaram a população de colaborar com os combatentes do OLA.

Nos últimos meses, uma nova ofensiva do governo forçou o OLA a se retirar de algumas áreas onde anteriormente tinha influência significativa. O massacre segue uma série de contra-ataques do grupo na semana passada.

A Etiópia está passando por tensões étnicas generalizadas em várias regiões, a maioria delas devido a queixas históricas e tensões políticas. O povo amara, o segundo maior grupo étnico entre os mais de 110 milhões de habitantes da Etiópia, tem sido alvo de ataques frequentes em regiões como Oromia.

le (Reuters, AFP, Lusa, ots)