Fundação Padre Anchieta

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Reprodução da internet
Reprodução da internet Yoav Levanon

Ouça o álbum completo:


Foram três dias e noites de festejos com direito a muita música e à inauguração solene de um monumento dedicado a Beethoven em Bonn, entre 10 e 13 de agosto de 1845, a propósito dos 75 anos de seu nascimento. Hector Berlioz, compositor francês que sempre ganhou a vida como jornalista musical, estava presente e escreveu estas palavras no dia 15 de agosto: ““O festival acabou; Beethoven está na praça de Bonn, e crianças, indiferentes a toda esta grandeza, vêm brincar ao pé de sua estátua; sua cabeça nobre é açoitada pelo vento e pela chuva, e sua mão poderosa, que escreveu tantas obras-primas, serve de poleiro para pássaros comuns. Agora, os artilheiros estão limpando os canos de seus canhões, depois de tantos hurras lançados aos céus; os Quasimodos da catedral largaram os sinos, cansados de gritar: Hosana!; os estudantes [e] guardas abandonaram seus pitorescos uniformes; a falange de cantores e instrumentistas se dispersou; a multidão de admiradores, deslumbrados com o esplendor desta glória, vai embora, sonhadoramente, pronta para espalhar o feito em toda a Europa”.

O prestígio de Beethoven era tamanho que vários compositores escreveram obras especialmente para arrecadar fundos destinados à encomenda da estátua. Entre outros, Chopin, Schumann, Mendelssohn e, naturalmente, Franz Liszt, o maior virtuose da Europa, dominando a cena com sua monumental Sonata em si menor, com mais de meia hora de duração.

Por que não juntá-las num álbum? Aliás, um não, dois. Esta foi a ideia do jovem pianista israelenseYoav Levanon para estrear em gravações aos 17 anos. Nos palcos, estreou aos 5 anos em Israel. É a mais recente revelação do piano clássico internacional. Já tocou no seletíssimo Festival de Verbier, na Suíça e repete, no álbum duplo ora lançado pela Warner, o repertório de seu recital em Paris em 2020.

É uma viagem pelo melhor pianismo estilo século 19. Desde a monumentalidade e grandiloquência do piano de Liszt em uma de suas criações mais célebres, a “Sonata em Si Menor”, até a igualmente grandiosa “Fantasia em dó maior, opus 17” de Robert Schumann. Sem querer mas já fazendo trocadilho, verdadeiro monumento pianístico que também ultrapassa a meia hora de duração em seus três movimentos.

Perto delas, as “Variações Sérias, opus 54” de Félix Mendelssohn soam mais leves do que de fato são. Duas peças curtas completam esta odisseia: o lírico e calmo “Prelúdio em dó sustenido menor, op. 45”, de Chopin; e, fechando em grande estilo, o terceiro dos “Grandes Estudos de Paganini” reinventados no piano por Franz Liszt – mais conhecido como “La Campanella”.

Yoav Levanon não é só atrevido ao enfrentar a sonata lisztiana ou a Fantasia opus 17 de Schumann. Domina o instrumento, mas ao mesmo tempo também entrega muita musicalidade.


A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.