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Reprodução da Internet.
Reprodução da Internet. Skip Sempé

Ouça o álbum completo:


Todos os grandes instrumentistas sabem que seu instrumento é sua voz e que seu som é seu texto. Este álbum homenageia a voz desaparecida de nosso violoncelista Michel Murgier, que transmitia justamente isto: a magia de seu som”. A comovente frase de Skip Sempé, cravista e regente do grupo Capriccio Stravagante de cordas dedilhadas, qualifica o sentido do que é fazer música antiga, segundo práticas historicamente informadas. Não são apenas os instrumentos de época ou réplicas, mas sobretudo o conceito vital do sentido retórico do fazer musical. Lições preciosas que ele aprendeu com talvez o maior dos cravistas entre todos, Gustav Leonhardt.

Aos 65 anos, nascido em New Orleans e já tendo gravado para diversos selos entre os mais importantes das últimas décadas, Sempé construiu no recém-lançado álbum do seu selo Paradizo intitulado “Canto a mi Caballero” uma verdadeira celebração da virtuosidade instrumental no período do humanismo renascentista. O contraponto imitativo de tradição franco-flamenga tornou-se a língua franca da música sacra católica, e suas missas e motetos foram ouvidos e copiados na península Ibérica tanto quanto no resto da Europa. Os maiores músicos espanhóis seus contemporâneos inspiraram-se nestes modelos vindos de outros países e os aculturaram inoculando com sua música nativa, como a mística “Canto de Caballero”.

Entre eles, o maior músico espanhol do século 16, Antonio de Cabezón, nascido em 1510 e morto em 1566, era cravista, harpista e organista. Cego desde o nascimento, começou sua carreira nas cortes como organista da rainha Isabel em 1526, depois como integrante do grupo de câmara espanhol do rei Carlos V e, de 1548 em diante do rei Felipe II. Portanto, conheceu bem o repertório da Capella Flamenga, conheceu as obras de Josquin Desprez. Entre elas, uma das mais famosas, “Mille regretz”, que ficou conhecida na Espanha como “Canção do Imperador”.

Só que sem as palavras, apenas a música instrumental. Naquele momento, a música instrumental começou a rivalizar em expressividade com a música vocal. A instrumentação do Capriccio Stravagante destaca o consorte de violas e cordas dedilhadas, como guitarras, harpa, vihuela, ao lado do cravo de Skip Sempé.