Fundação Padre Anchieta

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Foto: Lia Vittone
Foto: Lia Vittone La Serenissima

Ouça o álbum completo: 


Giuseppe Tartini nasceu em 1692 e morreu em 1770. Sua vida contrasta uma primeira metade agitada e uma maturidade mística. Seu pai o queria padre e enviou-o à Universidade de Pádua. Lá ele se apaixonou pelo direito, pelo violino e pela esgrima. A ponto de ter criado e comandado uma escola onde se ensinava violino e esgrima.

Aos 18 anos, casou-se secretamente com uma aluna e teve de fugir. Escondeu-se num convento de franciscanos - e lá encantava a quem o assistia tocando violino – só que atrás de uma cortina, para não ser reconhecido. Tinha medo de ser castigado. Foi naqueles anos que Tartini inventou a explicação mirabolante que deu para a origem de sua célebre sonata “O Trilo do Diabo”. Na verdade, foi oficialmente perdoado pelo caso com a aluna. Mas como a estória ganhou fama, ele a manteve pelo resto da vida.

A estória é a seguinte: numa madrugada ele acordou com a visão do Diabo tocando os trilos postado na cabeceira de sua cama. Esta famosa sonata, “Trilo do diabo”, é de fato uma de suas melhores composições. Possui quatro andamentos: um Andante que se prolonga num Larghetto affetuoso, seguido de um vibrante Allegro – e o movimento final, desdobrando-se em vários andamentos interligados (Andante- Allegro-Andante-Allegro Andante-Allegro-Adagio). É neste movimento final que Tartini coloca o trilo do diabo: o violinista toca uma melodia abaixo do trilo prolongado e sustentado, algo que exige um virtuosismo delicado do intérprete. Note-se que ele compôs esta sonata em 1713. A forma também é variada. Ora, ele segue o padrão corelliano em quatro movimentos, ora ele compõe sonatas em três movimentos, nem sempre na ordem contrastante de andamentos rápido-lento-rápido. Assim, a sonata em ré maior, opus 1, no. 7, apresenta três movimentos nesta ordem: grave-Allegro-Allegro. Mas a sonata em mi menor encadeia quatro movimentos nesta sequência – Andante cantabile “senti lo mare’—Allegro cantabile—Giga—e Allegro assai. Não há adagio.

Voltemos à sua biografia. Aos 23 anos, em 1715, mudou-se para Ancona, onde estudou até 1719. Neste período, completou o que viria a ser a “Arte dell’Arco”. Dois anos depois, em 1721, retornou a Pádua, e assumiu o posto de primeiro violino e líder da orquestra da Basílica de Santo Antonio, onde permaneceu por 49 anos, até sua morte, em 1770.

O recém-lançado álbum “Diavolo”, do Selo Signum Classics, traz o violinista Adrian Chandler e o ensemble barroco La Serenissima em seis sonatas muito conhecidas. Além da mais célebre, eles também interpretam três sonatas da Op. 1, publicados em Amsterdã em 1734, que homenageiam Corelli.