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Reprodução da internet
Reprodução da internet Piers Lane

Ouça o álbum completo: 


O pianista Piers Lane nasceu em 1958 em Londres, de pai inglês e mãe australiana. Estudou em Sidney e construiu uma destacada carreira internacional. Já vivendo em Londres, gravou cerca de 80 álbuns, dirigiu festivais, concursos e tocou com maestros e orquestras de primeiro time nas últimas décadas.

Pois ele gravou em abril do ano passado, portanto já em plena guerra Rússia-Ucrânia, um álbum intitulado “Variações Russas”. Com obras de John Field, Glazunov, Tchaikovsky e Rachmaninoff, seria um álbum convencional.

Felizmente, é bem mais do que isso e por esta razão é o CD desta semana na Cultura FM. Os destaques são dois imponentes ciclos de variações: o de Tchaikovsky, intitulada “Six Morceaux sur un seul Thème, opus 21”; e as “Variações sobre um tema de Chopin”, de Rachmaninoff, compostas em 1903.

Emoldurando estas duas obras mais significativas, Piers Lane as enquadra numa sintética apresentação do gênero e sua evolução histórica do ponto de vista russo durante o século 19. É por esta razão que comparecem dois ciclos menores. Assim, por exemplo, a peça mais curta e que abre este passeio pelo gênero é uma peça curta, 6 minutos, de John Field, foi composta exatamente um século antes das chamadas variações Chopin de Rachmaninoff.

O irlandês considerado o inventor do gênero do noturno chegou a Sâo Petersburgo em 1802 com seu mentor musical e patrão Muzio Clementi. Clementi era, além de compositor, fabricante de pianos e editor de sua própria revista onde ele mesmo fazia críticas sempre favoráveis de suas obras e das de terceiros que sua editora publicava. Field compôs então as “Variações sobre uma canção russa” muito popular, intitulada “No jardim”.

A outra ligação forte é a de Alexandre Glazunov com Rachmaninoff. Ele foi professor do autor do Rach-3 e quase enterrou precocemente a carreira do aluno ao reger bêbado a primeira execução da Sinfonia no. 1” em 1896. Pois Glazunov compôs um “Tema e Variações” em 1900. Um detalhe: o título original era “Tema e Variações sobre uma canção popular finlandesa”, mas, já impressa, a partitura foi vendida com um papel colado na parte final da obra cobrindo a referência à Finlândia, então pertencente ao império russo e naquele instante em litígio com a Rússia. Em 1909, quando russos amansaram os finlandeses, Glazunov compôs uma “Fantasia Finlandesa” em que usa o mesmo tema das variações de 1900 para piano.