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Como puderam constatar os que assistiram ao pianista armênio Sergei Babayan, 63 anos, solando o segundo concerto de Brahms com a Osesp este mês na Sala São Paulo, ele de fato é um dos maiores pianistas da atualidade, em sentido absoluto. Estudou com três gigantes do piano: Sofronitzky na Armênia; e na então União Soviética com Heinrich Neuhaus e Mikhail Pletnev. E é um legítimo sucessor deles.

Seu álbum mais comentado e ouvido nas últimas semanas é o “Rachmaninoff for two”, lançado em março passado pela Deutsche Grammophon, em que toca ao lado de Daniil Trifonov, seu ex-aluno e vencedor do Concurso Tchaikovsky de 2011. É sensacional, com certeza. Mas de repente vale a pena ouvir na íntegra outra gema de sua carreira, “Prokofiev for Two”, lançado pela mesma Deutsche Grammophon há seis anos, onde contracena simplesmente com Martha Argerich. A argentina fez do concerto no. 3 de Prokofiev uma das razões, aliás justificadas, de sua fama décadas atrás.

São duas personalidades artísticas poderosas, que juntas nos levam para o melhor dos mundos. E num repertório com o qual eles possuem enorme afinidade. Este é o CD desta semana na cultura Fm.

Babayan fez duas magistrais transcrições para dois pianos de doze movimentos da música que Prokofiev compôs para o balé “Romeu e Julieta”; e outras sete transcrições de trechos da música incidental para “Hamlet” e “Eugene Oneguin”, da ópera “Guerra e Paz” e da música que compôs em 1936 para um planejado mas não realizado filme de Mikhail Romm. Todas dedicadas a Martha. Em entrevistas, ele disse que o projeto aconteceu “por causa do meu amor por Prokofiev, meu amor por Martha e meu amor pelo balé Romeu e Julieta”.