Ouça o álbum completo:
Aos 47 anos, o violinista português Bruno Monteiro vem desenvolvendo uma intensa carreira no universo camerístico. Ao lado do pianista João Paulo Santos, de 65 anos, forma um duo plenamente amadurecido ao longo de pouco mais de duas décadas de convivência artística. O que os caracteriza é a inquietação, sempre em busca de novos repertórios ou então obras que permaneceram encobertas pelo tempo e hoje pouco ou nunca frequentam salas de concertos ou estúdios de gravação. Neste período, gravaram ao menos oito CDs para o selo Etcetera. O repertório foi de Korngold a Freitas Branco, de Villa-Lobos a Stravinsky, de Szymanowski a Bloch.
Ou seja, o duo busca sempre renovar-se e nos proporcionar descobertas musicais. Além, é claro, da qualidade de suas interpretações. Eles acabam de lançar um álbum com cinco obras para violino e piano. Quatro delas, como ressalta Monteiro no texto do encarte, “foram escritas nos primeiros 25 anos do século 20, e a quinta foi composta em 2020, durante a pandemia”.
Três das obras do século passado são bem conhecidas. Casos das sonatas de Elgar e Debussy e de “Tzigane”, de Ravel. A quarta peça é filha única, ou seja, a solitária “Romance”, peça curta, de salão, de um dos grandes violinistas portugueses, Luiz Barbosa. Ele nasceu em 1887 em Lisboa, onde morreu em 1952, após uma bela carreira, segundo o depoimento de Monteiro.
A quinta e encorpada obra, “Ascent”, de 2020, foi composta por Ivan Moody e dedicada ao duo de Bruno e João Paulo. Compositor londrino nascido em 1964, Moody estudou com Brian Dennis, John Tavener e William Brooks. Em suas andaças que incluíram a Finlândia, Moody também foi professor na Universidade Nova de Lisboa. Musicólogo, pesquisou e escreveu sobre a música na Península Ibérica, Rússia e Bálcãs, música sacra contemporânea, música e teologia. Foi co-editor da “Revista Portuguesa de Musicologia”.
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