Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação Irène Duval

Ouça o álbum completo: 


O CD desta semana homenageia o compositor francês Gabriel Fauré, que morreu cem anos atrás, em 4 de novembro. Ele viveu 79 anos decisivos para a música europeia, entre 1845 e 1924.

Quando a arte lírica dominava os palcos do continente e era hegemônica na França, ele e um punhado de outros compositores criaram a Sociedade Nacional de Música, em 1871, logo depois da vexatória derrota para a Prússia. O objetivo era dar a conhecer, como diz seu estatuto, “as obras, editadas ou não, dos compositores franceses”. Jovens, é preciso acrescentar. E também dizer que a música camerística, instrumental e vocal, incluindo as canções para voz e piano, predominavam. Saint-Saëns, mais velho do grupo, foi o grande inspirador do movimento, também está presente no álbum com a “Berceuse opus 38”. A escrita de Fauré representa, portanto, o renascimento da música instrumental francesa. É inimiga dos grandes efeitos e dos exageros, é tecida com elegância, clareza melódica e muitas sutilezas harmônicas.

O depoimento de Nadia Boulanger, a mais influente professora de composição do século 20 no planeta e que foi sua aluna de composição, ao lado de outro aluno famoso, Maurice Ravel, dá boa medida da importância do compositor: “Sua influência era invisível e inexplicável. Ele não trabalhou através do que poderia ter nos ensinado superficialmente, mas através de sua pessoa em si. Nós sentíamos uma espécie de reverência por ele, sua naturalidade nos salvou de qualquer vaidade ou pretensão”.

Entre seus alunos estava o violinista romeno Georges Enescu. Reynaldo Hahn, o menino-prodígio venezuelano que teve Paris como segunda cidade natal, onde viveu até a morte, também gravitava estilisticamente no universo de Fauré.

O recém-lançado álbum “Fauré and Friends” do selo Capriccio insere obras de Fauré no seu círculo musical mais próximo. Assim, por exemplo, sua segunda sonata para violino e piano convive com a também segunda sonata de Enescu. Seu “Romance em si bemol maior opus 28” convive com o “Romance” em lá maior de Hahn.

Os responsáveis pelo belo e diversificado álbum-tributo a Fauré são a violinista francesa Irène Duval. Ela nasceu na França de pai francês e mãe coreana. Estudou com Jean-Jacques Kantorow e também no Conservatório de Paris. Seu parceiro é o pianista britânico Angus Webster.