Fundação Padre Anchieta

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Foto: Mill Media Co./Reprodução
Foto: Mill Media Co./Reprodução Esther Abrami

Ouça o álbum completo:


Ela se chama Esther Abrami. Violinista, tem 28 anos. Nasceu na Provence, na França. Estudou no Royal College de Londres. Tem mais de 1 milhão de seguidores nas mídias sociais. Conduz sua carreira assumindo ela mesma seu marketing. Está lançado seu terceiro álbum, intitulado “Women”. Seu itinerário, aliado ao fato de que ela é de fato uma ótima instrumentista, comprova que hoje em dia já não basta tocar bem seu instrumento, como dizia Caetano. Hay que trabalhar direitinho as mídias sociais, praticamente transformar-se em uma influencer – no caso de música clássica, mas antenada com seu tempo. Esther também já assinou vários contratos com grifes de moda.

Bem, esta é a base sobre a qual Esther vem realizando um trabalho muito interessante, que vai além do sucesso pessoal e financeiro. Sente-se em “Women” o genuíno gesto de dar voz e espaço para mulheres compositoras que foram recalcadas ao longo da história. Desde Hildegard von Bingen, do século 11, até a carioca Chiquinha Gonzaga, com direito, aliás, a ter duas de suas músicas incluídas no álbum.

Em entrevista recente, Esther revelou que “Também tive muita vontade de incluir mulheres de fora da Europa, como, por exemplo, a compositora e maestra brasileira Chiquinha Gonzaga, que foi uma das primeiras pessoas a lutar por direitos autorais e direitos de execução para compositores. A história dela é incrível, pois ela conquistou muito com quase nenhum apoio financeiro ou prático: foi forçada a um casamento arranjado pelo pai, mas deixou o marido porque ele não aceitava sua carreira musical. Ficou sozinha, sem dinheiro, porque seus pais a rejeitaram, mas, por meio da música, conseguiu sobreviver e gradualmente se tornou famosa; sua música era muito tocada no Brasil e ela não ganhava dinheiro com as pessoas que a tocavam, então fundou a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais em 1917. Uma de suas peças se tornou a peça oficial do carnaval no Brasil, e eu a rearranjei para violino no álbum. Ela foi uma mulher incrível que lutou pelo que acreditava e construiu uma carreira brilhante, mas quase ninguém com quem converso na Europa ouviu falar dela!”