Fundação Padre Anchieta

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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução The Kanneh-Masons

Ouça o álbum completo:


“Esta é uma história sobre a nossa família e as origens da nossa música. A música corre como um rio através das gerações, e a nossa paixão por ouvir e tocar música vem dos nossos avós e das suas histórias, fluindo dos lugares e sonhos que nos transmitiram. ” A frase da violinista e pianista Konya, 22 anos, dá a medida do que representa a música para a família Kanneh-Mason. Ao todo, sete irmãos, nascidos na Inglaterra numa família de imigrantes de Serra Leoa, país africano. Todos músicos.

A fama planetária aconteceu em 2018, quando Sheku, violoncelista, tocou no casamento do príncipe Harry. De lá para cá, a família vem consolidando carreiras musicais sólidas e ao mesmo tempo apetitosas do ponto de vista midiático.

Uma linda história. É notável como eles pensam a música na melhor tradição africana, que, aliás, também tem guiado, ao longo dos tempos, os grandes músicos de jazz. Como o trompetista Dizzy Gillespie. Ele se sentia um elo na grande corrente histórica dos trompetistas negros de jazz.

“River of Music”, álbum da família Kanneh-Mason recém-lançado, é o CD desta semana na Cultura FM. Não perca a conta: Sheku, 25, primeiro a conquistar a fama, violoncelista; Isata,27, pianista; Braimah,25, violinista; Konya, 22, e Aminata são violinistas e pianistas; Jeneba,21, e o caçula Mariatu, 13, tocam cello e piano.

Este é, na verdade, o segundo CD reunindo a família. O primeiro “Carnival”, de 2020, já contava com todos, incluindo Mariatu, então com 8 aninhos. O cardápio inclui arranjos de obras clássicas e canções folclóricas, abrindo espaço para todos. Sempre com bom gosto. Sheku e Isata interpretam a “Canção para a Lua”, da ópera “Rusalka”, de Dvorak; Jeneba se sai bem tocando a “Fantasia-Improviso”, opus 66, de Chopin. E o time inteiro toca um arranjo feito pelos sete de “Deep River”, do compositor britânico negro Samuel Coleridge-Taylor. Taylor fez tanto sucesso numa turnê em 1900 pelos Estados Unidos que foi apelidado de “o Mahler negro”.

Estes são os bombons. O prato principal é o conhecidíssimo “Quinteto a Truta”, de Franz Schubert. Da família Kanneh-Mason participam Braimah ao violino, Sheku ao violoncelo e Isata ao piano. Os convidados são Edgar Francis à viola e Toby Hughes ao contrabaixo. Não é gravação de referência, mas tem qualidade. E a chama do prazer de fazer música em família. Como, lembrei-me, faziam as famílias no século 19, até o advento da reprodução fonográfica.