Fundação Padre Anchieta

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Imagem: Divulgação
Imagem: Divulgação Mulheres da Rádio Cultura FM

As vozes femininas da Rádio Cultura: Cirley Ribeiro, Fabiana Ferraz, Karyn Bravo, Madeleine Alves e Teca Lima são símbolo de força, e estão em destaque na programação da rádio.


O Dia Internacional da Mulher - celebrado em 8 de março - é uma data com raízes históricas, celebrada desde 1975, quando foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Este dia é marcado por debates de igualdade de gênero, relacionados ao empoderamento feminino, direitos das mulheres e condições de trabalho. As raízes deste dia fazem menção à reivindicação da liberdade de trabalho e a igualdade em relação aos homens.

O dia 8 de março é marcado pelas histórias de mulheres, em sua maioria operárias, que lutaram pela liberdade política, econômica e social, além da possibilidade de voto. Mesmo assim, em 2021, mulheres ainda enfrentam dificuldades relacionadas à igualdade de gênero.

Segundo uma pesquisa do IBGE, divulgada em março deste ano, as mulheres receberam 77,7% do salário dos homens em 2019. O levantamento afirma ainda que a maior desigualdade salarial está na região Sudeste, e que apenas 34,7% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres.

Em meio à pandemia de Covid-19, comunicadoras foram vítimas de ataques verbais e virtuais, de caráter misógino. Em 2020, foram cerca de 428 casos de violência contra jornalistas, desses ataques 44,66% foram direcionados às mulheres, segundo levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

Para celebrar a força das mulheres, as vozes femininas da Rádio Cultura: a repórter Cirley Ribeiro, a locutora Fabiana Ferraz e as apresentadoras Karyn Bravo e Madeleine Alves, relembraram suas trajetórias na comunicação, os desafios enfrentados em meios às crises do Brasil durante a pandemia, os aprendizados e, é claro, o empoderamento e a força feminina.

                                                                “Meu maior aprendizado? Que não devo me calar”

Repórter na Rádio Cultura desde 1985, a catarinense Cirley Ribeiro é graduada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ganhadora dos prêmios Vladimir Herzog de Direitos Humanos, APCA e Grande Prêmio Ayrton Senna Jornalismo, e trabalha atualmente no programa “Estação Cultura”.

A profissional se adaptou à pandemia de Covid-19 para noticiar fatos culturais e, também, os problemas enfrentados por artistas e pelo setor da cultura. Em 2020, ela abordou temas como a perda de emprego, a busca pelo auxílio emergencial, as campanhas de apoio aos profissionais dos bastidores da cultura e a aprovação da Lei Aldir Blanc.

Como jornalista e mulher, Ribeiro reconhece a importância da presença de mulheres na mídia, já que o olhar feminino é muito importante para “informar, denunciar, orientar, esclarecer e prestar um serviço importante à sociedade”.

No início da carreira, ainda estava aprendendo a lidar com as barreiras e obstáculos da profissão. “No meu primeiro emprego, o chefe de reportagem proclamou: “repórter não tem sexo”. Algum tempo depois, outro editor disparou: “você pensa que é uma florzinha?”.

Apesar das dificuldades enfrentadas, a jornalista afirma que aprendeu e continua aprendendo muitas coisas na carreira, que reforçam sua força como mulher e profissional. “Meu maior aprendizado? Que não devo me calar. E que devo sempre buscar a verdade”.

                                         “Em momentos de muito conservadorismo, a reação criativa é gigante”

A locutora Fabiana Ferraz foi finalista do prêmio WME AWARDS, em 2018, na categoria melhor radialista. E já trabalhou com diversos assuntos, do hard news ao entretenimento. Na Rádio Cultura, a profissional enfrenta o desafio de falar sobre cultura em meio à crise política e de saúde pública.

“Em momentos de muito conservadorismo, a reação criativa é gigante, o desafio maior é fazer uma boa curadoria. Neste momento caótico, falar sobre cultura é usá-la como uma ferramenta de conscientização política”, diz.

Sobre a presença de mulheres na comunicação e na mídia, a comunicadora diz que essa participação vem crescendo com o passar dos anos, mas que ainda existe um longo caminho pela frente.

“O protagonismos das mulheres na comunicação é muito importante para ampliar as nossas vozes e os debates importantes que envolvem as questões de gênero, o Brasil é um país muito violento com a mulher”, declara.

Segundo a locutora, “ninguém melhor do que as mulheres para colocarem essas questões [de igualdade de gênero] em pauta, abordar isso na mídia e ampliar esse debate”.

                                              “A chegada dos meus filhos só me beneficiou como profissional”

Na televisão há 18 anos, a jornalista e apresentadora Karyn Bravo estreou no rádio com o programa “Melhor da Vida”, da Rádio Cultura, em março de 2020. O programa aborda as temáticas de saúde e bem-estar, falando sobre a pandemia de Covid-19, mas também tratando de temáticas mais “leves”, segundo a apresentadora.

Com uma grande experiência no jornalismo, o segredo da apresentadora é desafiar a própria zona de conforto. “Eu brinco que a gente emburrece na zona de conforto, ficar no automático nunca é bom. Em algum momento da minha carreira, eu achei que tinha chegado no topo, no auge, e quando vem um susto, a gente percebe que não sabia nada”, diz.

Segundo Bravo, é de extrema importância estar sempre se reinventando, estudando e se aprimorando na profissão. Ela destaca também que a maternidade colaborou para que ela se tornasse uma profissional ainda melhor. “A chegada dos meus filhos só me beneficiou como profissional, eu fiquei mais feliz, e isso se transferiu para a minha carreira. Quando eu tive filhos, a minha responsabilidade aumentou, trabalhei mais para chegar mais longe”.

Além disso, a jornalista também destaca a importância da representatividade feminina na comunicação. “Ainda vivemos em uma sociedade muito machista, mas a mudança vai acontecer, com profissionais dedicadas e engajadas. Tenho certeza que a gente vai conquistar o nosso espaço cada vez mais, a presença das mulheres é muito fortalecedora e importante neste momento de crise”, declara.

                   “Eu tinha um chefe que me dizia que mulheres não passavam credibilidade quando liam notícias internacionais”

Formada pela Faculdade Cásper Líbero, a jornalista e radialista Madeleine Alves, se aproximou do rádio quando tinha 13 anos, na Rádio Cultura de Bragança Paulista, onde nasceu.

Logo no início da carreira, a jornalista lidou com alguns comentários misóginos. “Há mais ou menos 30 anos, eu tinha um chefe que me dizia que mulheres não passavam credibilidade quando liam notícias internacionais, felizmente isso passou, hoje mulheres ocupam um espaço predominantemente masculino”, diz.

Segundo Alves, o caminho para a equidade de gênero ainda é longo, mas necessário. Na Rádio Cultura, a radialista aborda temáticas relacionadas à cultura, e destaca a importância da arte durante a crise de saúde pública. “Na pandemia, algumas pessoas encontraram na arte uma maneira de diminuir o seu isolamento e a sua ansiedade”.

Como jornalista, ela se sente realizada por ter a possibilidade e oportunidade de aprender algo novo todos os dias, além de produzir um jornalismo com comprometimento à verdade. “Me sinto feliz em ter conseguido cumprir o que eu jurei na faculdade de jornalismo. Fiz um juramento sobre verdade e ética”, finaliza.

*Estagiária sob supervisão do profissional habilitado Danilo Dainezi - MTB: 57114/SP