Ouça a reportagem de Cirley Ribeiro
Considerado um dos principais compositores nacionalistas brasileiros, Alberto Nepomuceno de Oliveira morreu em 16 de outubro de 1920. O cearense, nascido em Fortaleza em 6 de julho de 1864, teve a trajetória guiada pelo sonho de levar a cultura brasileira para a música erudita. É dele a frase “Não tem pátria um povo que não canta em sua língua”, ainda definidora do papel exercido para a criação de obras eruditas em português. Na época, um concerto em língua portuguesa era algo quase inconcebível devido à forte influência europeia, especialmente a ópera italiana.
Para o pianista e musicólogo Dante Pignatari, Alberto Nepomuceno queria inserir a criação brasileira na vanguarda musical de sua época. “Ele foi o responsável por trazer a modernidade musical para o Brasil”, afirma.
Dante Pignatari faz parte de uma geração de pesquisadores que, desde a década de 1990, têm contribuído para a revisão da figura de Nepomuceno para além de um mero precursor do nacionalismo musical. Ele é autor de duas obras publicadas pela Edusp: “Canções para voz e piano”, com partituras de Nepomuceno, e “Canto da língua: Alberto Nepomuceno e a invenção da canção brasileira”, resultado da tese de doutorado defendida em 2009 na Universidade de São Paulo. “Quando a gente estuda essas canções, fica evidente que Nepomuceno cria o primeiro cancioneiro erudito brasileiro. Ele é um dos grandes fundamentos da música brasileira”, afirma o pesquisador. Além das canções, mais de 70 para piano e voz, Alberto Nepomuceno deixou como legado um conjunto de obras, entre música sacra, orquestral, óperas, trios e quartetos.
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