Saiba mais sobre o livro do fotógrafo Araquém Alcântara:

“O fogo no Pantanal é um fogo assassino”, afirma Araquém Alcântara (69) ao referir-se aos incêndios que varreram 77% dos 280 mil hectares da Serra do Amolar em 2020. Aliado à Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar, o fotógrafo e ativista editou o mais recente livro durante o processo de devastação da área. Mas preferiu selecionar para a publicação imagens da beleza cênica e da importância ecológica do Amolar: a maior concentração de áreas protegidas do Pantanal e reconhecida pela Unesco como Reserva da Biosfera Natural e Patrimônio Natural da Humanidade.

O olhar sensível e poético de Alcântara compõe um retrato do vigor de fauna e flora nos últimos 12 anos, período em que acompanhou as cheias da maior planície alagada do mundo e a estação da seca. As 240 páginas de “Pantanal, Serra do Amolar”, publicado pela Editora Terra Brasil, reúnem fotos da região selecionadas de um acervo de mais de 10 mil.

No texto do livro, assinado por Antônio Lino, o escritor afirma que o “ecocídio histórico dos incêndios no Pantanal em 2020 acabou conferindo à obra um estranho caráter póstumo”. E compara: “é como se o conjunto de fotografias de súbito se erguesse, à revelia do autor, como uma espécie de memorial às vítimas silvestres do fogo no Pantanal”.

Araquém Alcântara ainda não esteve na Serra do Amolar após os incêndios no ano passado, mas pretende voltar à região no mês de fevereiro e documentar os impactos do fogo para uma nova publicação. Será um livro-manifesto, editado pela Fotô Editorial, de Eder Chiodetto, e “não terá nenhum verde, só imagens de destruição”, afirma.

O programa "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, de segunda à sexta-feira, às 10h da manhã, na Cultura FM, Cultura Brasil e no aplicativo Cultura Digital.