“Sebastião Tapajós dominava o repertório tradicional erudito para violão, e foi um autor importante de composições para o instrumento a partir dos ritmos brasileiros”. A análise é do violonista, professor e crítico musical Sidney Molina. Desde o ano 2000 Molina leciona no Bacharelado em Violão do Instituto Estadual Carlos Gomes, em Belém. E cita que Tapajós foi o introdutor do curso de violão no conservatório na década de 1960, colocando o instrumento, “com naturalidade”, ao lado do piano, do violino e do canto lírico.

Sebastião Pena Marcião nasceu em 14 de abril de 1942 em um barco que navegava no rio Surubiú, e adotou o nome artístico Tapajós em alusão ao rio que banha Santarém. O violonista era uma das personalidades mais conhecidas do Pará. Lançou mais de 60 discos durante a trajetória musical, ganhou vários prêmios e realizou turnês fora do Brasil. Tocou com nomes célebres da música brasileira, como Hermeto Pascoal, Zimbo Trio e Sivuca, e com artistas internacionais, como Astor Piazzolla, Oscar Peterson e Paquito D'Rivera.

Compositor e arranjador, ao longo da carreira fez referência à sua origem amazônica em temas e discos. Segundo o violonista e compositor Paulo Bellinati, Tapajós deixa um legado musical marcado pela cultura amazônica, pelo folclore e pelos sons do nordeste. “Ele representava o norte do Brasil, e era um músico polivalente”.

Ouça o depoimento de Sidney Molina:

Ouça o depoimento de Paulo Bellinati: 

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