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Nesta semana (terça-feira, dia 10), Chico Carvalho comentou no programa “Estação Cultura” sobre o estilo bastante particular de aliar o particular ao universal, uma característica de Benedetti.

Mario Benedetti viveu entre 1920 e 2009. Dono de uma obra vasta que concentra contos, poesias, romances, ensaios, peças de teatro e roteiros para cinema, são ao todo 80 títulos traduzidos para ao menos 20 idiomas, formando um conjunto de paisagens ordinárias através de personagens comuns da vida. O horizonte árido dos burocratas, a rotina amarga do cotidiano, os sonhos restritos, é por esse cenário de desilusão que caminha o escritor uruguaio, hábil em misturar a melancolia com doses comedidas de esperança.

Mario Benedetti é o exemplo do tipo de autor que é o que escreve, e escreve o que vê. Que reflete em cada linha sua maneira de ver a vida e o mundo, e em cada linha trata de descobrir e revelar o que existe oculto no cotidiano das gentes. Esse cotidiano pequeno, muitas vezes amargo, mesquinho, desesperançado, e que teimam em nos assegurar que se chama “realidade”.

O quadro encerra com a canção “Esta Voz”, do intérprete e compositor uruguaio Alfredo Zitarrosa.

O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3, de segunda a sexta-feira, às 10h. O programa é transmitido também no aplicativo Cultura Play.