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A cada verão a Catedral inglesa de Chichester junta forças corais com as catedrais vizinhas de Winchester e Salisbury, para promover um festival de música. Chichester tem uma grande tradição musical, que remonta ao famoso organista e compositor Thomas Weelkes, do começo do século dezessete.
Para o festival de 1965, o diretor do festival encomendou ao compositor e regente norte-americano Leonard Bernstein a criação de uma nova obra. Completada em maio daquele mesmo ano, a composição recebeu o título de Chichester Psalms, ou Salmos de Chichester. Esta foi a primeira obra que Bernstein escreveu após a impressionante Sinfonia Kaddish, de 1963. Assim como a sinfonia que a precedeu, os Salmos de Chichester são uma obra coral cantada em hebraico.
Existem outras semelhanças entre as duas obras, mas nos Salmos não encontramos a expressão de desespero e angústia que são traços marcantes da obra anterior. Bem pelo contrário, os Salmos de Chichester
exprimem uma mensagem alegre e pueril. Os três movimentos que compõem os Salmos de Chichester revelam as principais qualidades de Leonard Bernstein como compositor. Os textos em hebraico foram extraídos dos Salmos 108, 23 e 133.
O segundo Salmo tem início com um solo vocal quase ingênuo, confiado à voz de menino, e acompanhado somente por uma harpa. Esta melodia lírica, de expressão folclórica, sugere a figura de Davi como menino-pastor. Bernstein trabalhava magnificamente bem os contrastes em suas criações.
No terceiro e último movimento da obra, os ritmos inusitados conduzem à pacificação da melodia, com um belo trecho do coro a cappella e seguido de um calmo Amém final, em uníssono. Os Salmos de Chichester de Leonard Bernstein serão interpretados pelo menino cantor John Bogart, The Camerata Singers, Orquestra Filarmônica de Nova York, sob a direção do próprio compositor.
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