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O pianista norueguês Leif Ove Andsnes dedicou o primeiro álbum duplo de seu projeto Mozart Momentum a três entre os mais encorpados concertos para piano e orquestra: os números 20, 21 e 22.

Incluiu também uma peça solo, a formidável Fantasia K. 475 que tocou com as primeiras estantes das cordas da Orquestra de Câmara Mahler o quarteto para piano e cordas K. 478 – e terminou este verdadeiro banquete Mozart regendo a música fúnebre maçônica.

O que une todas estas obras? O Ano de 1785. Para ele, o concerto K. 466, no. 20, de 1785, marca um momento-chave na carreira de Mozart – e particularmente um turning point na concepção do concerto para piano como gênero. “É incrível o que acontece em três anos da vida de Mozart”, afirmou Leif em entrevista à revista inglesa Gramophone.

“No ano anterior a 1785 ele escreveu seis concertos para piano, a partir do no. 14, portanto, Leif faz as contas, em três anos ele compôs 12 concertos – até o grande concerto em dó maior do final de 1786, que não tocamos neste primeiro volume.

Há sacadas que um compositor normal não seria capaz de realizar em menos de 15 ou 20 anos. Mozart precisou só de três. No concerto em ré menor, no. 20, pela primeira vez ele separa muito mais o solista da orquestra, e quando o solista entra é com uma música muito diferente daquela que a orquestra apresenta no início.

Esta inovação talvez até tenha lançado as bases para os concertos românticos, em que o pianista assume o papel de herói ”.

O programa "O Que Há de Novo", com apresentação de João Marcos Coelho, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, às Quartas, 23h15h com reapresentação aos Sábado, 19h, na Cultura FM e no aplicativo Cultura Digital.