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Num momento em que os músicos quebram a cabeça para ter uma ideia nova que os diferencie e lhes conceda uns 5 minutos de glória junto ao público, recorre-se a qualquer efeméride sem vergonha. Pois não é que a gravadora suíça Claves está lançando, com pompa e circunstância: um álbum comemorativo dos 230 anos de nascimento de Mozart – só que não Wolfgang Amadeus, mas seu filho caçula, Franz Xaver.

Franz nasceu em 26 de julho de 1791 – menos de seis meses depois, em dezembro, seu pai Wolfgang Amadeus morreu. Estudou música em Viena e em Praga. Fixou-se na Galícia, não a espanhola, mas uma região entre a Polônia e a atual Ucrânia.

Neste álbum com dez temas e variações diferentes, várias remeterem a temas ucranianos. O pianista ucraniano Andriy Dragon ganhou um prêmio em concurso de jovens solistas na Suíça. Bom pianista, cresceu tocando algumas destas variações, até hoje populares na Ucrânia.

Nosso Franz Xaver só tem semelhança mesmo no nome de Mozart. Não é um mau compositor. Apenas não tem brilho. Para alguém que morreu em 1844, sua música soa demodée, cheira a século 18 não ao turbulento mundo onde, naquelas décadas de 1820 e 1830, a Europa tremia com as pirotecnias de Liszt e Thalberg ao piano e de Paganini ao violino, viola e até violão.

O programa "O Que Há de Novo", com apresentação de João Marcos Coelho, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 FM, às Quartas, 23h15h com reapresentação aos Sábado, 18h, na Cultura FM e no aplicativo Cultura Digital.