Ouça o Programa Completo:
Ele é um dos diretores mais importantes da televisão brasileira. Jornalista de carreira, especializou-se em música e neste campo fez escola na TV. Criador de programas como Móbile, Divino Maravilhoso e os antológicos MPB Especial e Ensaio, cujos legados representam um dos mais importantes acervos da história da música popular brasileira. O big close e o silêncio provocado pela ausência do som nas perguntas são inspirados numa entrevista com um preso – “Jorginho”, ainda nos anos 1950. “O guarda não me deixou entrar com o gravador. Levei só com o microfone para o Jorge na cela”, lembra. “Quando comecei a editar o material gravado na delegacia, pensei que dava um programa legal”. Nascia a ideia do MPB Especial/Ensaio.
Fernando Abílio de Faro Santos (Aracaju, 1927 – São Paulo, 2016), estudou com os jesuítas em Salvador e adotou São Paulo, onde veio cursar a Faculdade de Direito. “No que tange e no que diverge a obra de José de Alencar da obra de Joaquim Manoel de Macedo?” – Fernando Faro relembra da pergunta de seu vestibular para Direito. “Eu sabia tudo de José de Alencar”, diz. Não se adaptou ao Direito e adotou o Jornalismo. “Trabalhei no jornal A Noite, onde conheci um cara fantástico chamado Ernani Silva Bruno (autor de História e Tradição da Cidade de São Paulo) e a gente curtia muita música.”
“Eu era muito amigo do Cartola e do Nelson Cavanhaquinho. Uma vez eu cheguei pro Nelson e cantei uma música. Ele disse: ‘Bonito samba!’ Eu disse: ‘Sabe quem é o autor? Nelson Antonio da Silva’. Ele disse ‘Nelson Antonio da Silva sou eu’!"
Fernando Faro, interlocutor da MPB, também é produtor musical, tendo concebido e dirigido shows e álbuns de nomes como João Gilberto, Clementina de Jesus, Cristina Buarque, Paulinho da Viola. É sua a direção artística do último álbum de Baden Powell, de onde extraímos “Falei e disse”, clássico de Powell e Paulo Cesar Pinheiro – peça que serviu de inspiração para a investigação sobre o gosto junto aos arquitetos do I.A.B.
O programa Supertônica, com apresentação do Arrigo Barnabé, vai ao ar todo Sábado, às 23h pela Rádio Cultura FM de São Paulo, 103,3 e no aplicativo Cultura Digital.
REDES SOCIAIS