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Gustavo Mansur / Palácio Piratini
Gustavo Mansur / Palácio Piratini Ação do Corpo de Bombeiros no bairro Mathias Velho em Canoas

Qual o sentimento de ver tudo que você construiu por anos ser destruído em minutos? Os temporais que atingiram o Rio Grande do Sul na última semana abriram feridas em milhares de pessoas. A água tomou as cidades e levou as memórias de grande parte da população.

Último boletim divulgado pela Defesa Civil do estado mostrou que o número de mortes subiu para 107 na manhã desta quinta-feira (9). Ainda há 136 pessoas desaparecidas e 374 feridos. São 232,1 mil pessoas fora de casa, sendo 67.542 em abrigos e 164.583 desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos).

A família de Bárbara Machado é uma das que estão desalojadas em Canoas, cidade próxima a Porto Alegre. Com a casa tomado pela água, eles foram abrigados pelo pai do namorado dela.

“Jamais imaginamos isso. Um sentimento devastador tomou conta. Fiquei muito preocupada com eles, meu pai tem problemas no coração e estava aos prantos, tivemos muito medo dele infartar nos primeiros dois dias. Mas conseguimos olhar para o lado “bom” e agradecer por estarmos vivos!”, conta Bárbara.

Desde semana passada, eles estão fora de casa. A família segue as orientações de não voltarem para os locais de enchente, porque ainda não é seguro. Apesar de haver o desejo de retornar logo, também tem um grande medo.

“Acredito que o momento mais difícil ainda vai ser de ir na casa e ver tudo destroçado. É uma vida inteira de lembranças”, completa.

Além das casas, há uma preocupação com pessoas desaparecidas e a situação da cidade nas próximas semanas.

“Quando a água baixar, os corpos aparecerão, as doenças, sujeira… o que está por vir ainda parece ser muito pior. As consequências disso serão sentidas por décadas. É uma catástrofe”, lamenta.

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A cidade de Canoas foi uma das mais afetadas pelas chuvas. A região mais baixa foi completamente tomada pela água. Os primeiros levantamentos mostram que metade do município precisará ser reconstruído.

“Ninguém está bem. As pessoas estão com sofrimento estampado no rosto. Quem não perdeu casa ou comércio, está arruinado por dentro, por ver o caos e o sofrimento dos outros. Todo mundo perdeu alguma coisa. Se não foi uma pessoa ou um bem material, foi um pedaço dentro de si, por ver tanto sofrimento de perto”, explica a moradora.


Ajuda local

As famílias que moram nas áreas onde a água não chegou se uniram para ajudar da forma que for possível. A família Arenhart, liderada pela mãe Rosângela Santos e o filho Bruno, está na linha de frente para comprar comida, produtos de higiene pessoal e água para distribuir nos abrigos.

“Está todo mundo mobilizado, trabalhando o máximo possível. Estamos de lá para cá, levando água, gás, comida, gasolina e tudo que faltar para os abrigos”, diz Bruno.

A família Ahlert também está nessa luta. A bancária Lauren abriu uma vaquinha para arrecadar dinheiro com parentes de outro estado e funcionou.

“Criei uma vaquinha despretensiosa, onde queria a ajuda dos meus parentes do Paraná. Graças a Deus tomou uma proporção gigantesca e passei a ser muito divulgada”, explica.

Pelo fato de ter um filho com apenas um ano de idade, essa foi a forma que encontrou para prestar auxilio aos moradores de Canoas, já que não pode ficar muito tempo fora de casa.

“Queria ajudar em todas as pontas: resgate, abrigos, animais. Mas tenho um bebê de 1 ano, então eu foquei nessa parte: fazer o meio de campo entre necessidade dos abrigos e quem confiou em mim para mandar o PIX”, afirma.

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Para a família Machado, essa mobilização tem sido fundamental e está salvando muitas vidas.

“Estou bem comovida com a proporção que tomou isso, porque eu estou aqui vendo o que está acontecendo, mas talvez quem esteja de fora não tenha noção da realidade. Essa ajuda dos outros Estados está salvando vidas. Evitando que um bebê morra desidratado, por exemplo”, finaliza Bárbara.

Como ajudar? 

As famílias pedem doações pelo PIX. O que eles não podem comprar e entregar para as vítimas, eles enviam para instituições parceiras e que estão recebendo resgatados de outras cidades.

- Família Arenhart: roarenhart@gmail.com (e-mail)

- Família Ahlert: (51) 99737-2786 (telefone)

Para quem preferir doar para órgãos oficiais, que ajudam pessoas em todo estado, a TV Cultura listou organizações que estão recebendo mantimentos na linha de frente.