Marcela Leiros – Da Cenarium
MANAUS – A violência praticada contra um casal de jovens em Manaus na madrugada de sábado, 11, causou revolta e repercutiu nas redes sociais. Emanuel Medeiros Marinho de Almeida e Jonas Nogueira Júnior foram baleados no bairro Eldorado, zona Centro-Sul da capital amazonense, vítimas de um ataque homofóbico.
Segundo a Associação Manifesta LGBT+ de Manaus, que, desde 2017 atua na promoção de direitos da população LGBT+ no Amazonas, Emanuel – membro associado da Manifesta – e o marido sofreram violência verbal, foram baleados “covardemente” por um homem armado no momento em que deixavam a Praça do Eldorado, popularmente conhecida como “Praça do Caranguejo”. Eles acabaram sendo hospitalizados. (Veja nota abaixo)
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Na nota de repúdio publicada no Instagram, a Manifesta LGBT+ ainda lembra que, diariamente, são registrados, em média, quatro casos de violência contra a população, um crescimento “superior a 20%”, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados neste ano.
A associação reitera ainda a urgência de que a população LGBT+, e os movimentos do segmento, se articulem e cobrem do Estado a justiça e políticas de segurança pública necessárias.
As vítimas foram socorridas e levadas para o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto. Jonas sofreu perfurações nos dois pulmões e um dos tiros atravessou a vítima, acertando o ombro de Emanoel que estava na garupa de uma motocicleta. Jonas está internado em estado de saúde estável.
Violência
A 15ª edição do anuário produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicou que houve 1.169 casos de lesão corporal dolosa (+ 21%), 121 casos de homicídio (+25%), e 88 notificações de estupros (+20%) contra pessoas LGBTQIA+ em 2020.
Sete estados brasileiros disseram, ao Fórum, não possuir números recentes de crimes violentos contra a população LGBTQIA+. Nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Ceará, Rondônia e Rio Grande do Sul, este último sob a gestão do governador gay Eduardo Leite (36), as informações não estavam disponíveis entre 2019 e 2020.
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Em 2020, uma pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), das secretarias de Atenção Primária em Saúde e de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), mostrou que a cada uma hora um LGBT é agredido no Brasil.
Entre 2015 e 2017, data em que os dados foram analisados, 24.564 notificações de violências contra essa população foram registradas, o que resulta em uma média de mais de 22 notificações por dia, ou seja, quase uma notificação a cada hora.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Amazonas para saber se o caso será ou está sendo investigado, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
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