Ana Cláudia Leocádio - AGÊNCIA CENARIUM
BRASÍLIA (DF) - A atualização do último Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), divulgado na segunda-feira, 2, mostra que a Região Norte teve a situação mais severa no registro de seca extrema, entre o período de junho e julho. O Amazonas apresentou a condição mais intensa entre todas as unidades da federação.
De acordo com a ANA, somente Roraima registrou redução, de 100% para 77%, na área afetada pela estiagem. “Em julho, o Estado teve áreas livres de seca pela primeira vez desde sua entrada no Mapa do Monitor em novembro de 2023”, informa a agência.
No Amazonas, a área com seca aumentou de 95% para 98% entre junho e julho, a maior desde maio deste ano, quando chegou a 100%. A ANA classifica como intensificação da seca no Estado o aumento da área considerada de seca extrema, saindo de 5% para 19% em um mês. É a maior condição e mais severa desde a entrada do Amazonas no Mapa do Monitor, em 2022, e a maior do País.
Pela primeira vez, o Acre registrou seca em 100% de seu território por três meses consecutivos, desde o período entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, quando registrou o mesmo fenômeno. Em termos de severidade, segundo o Monitor, entre junho e julho, o Estado registrou seca extrema em 14% de seu território, condição mais severa desde novembro de 2022, quando entrou no monitoramento da ANA.
O Amapá também registrou aumento de área com seca de 32% para 72%. Apesar disso, foi o menor percentual entre os Estados da Região Norte em julho. Desde dezembro de 2023, o Amapá vem registrando seca fraca, considerada a mais branda na escala do Monitor. “Em julho o Estado teve a condição mais branda de seca entre os Estados do Norte”, informa a ANA.
Dezembro de 2023 foi o último registro no Pará de aumento de área com seca tão elevada. Na época, o Estado chegou a 98% do território. Nesta última atualização, a área saiu de 66%, em junho, para 84%, em julho, um avanço da seca moderada de 15% para 24% no Estado nesse período, segundo o Monitor.
O Estado de Rondônia atingiu 100% de seu território com área de seca, no mês de julho. Em junho cobria 68%. Segundo o Mapa do Monitor, desde março deste ano, o Estado não registrava o fenômeno em toda sua área geográfica. De acordo com a ANA, houve o avanço da seca grave de 19% para 25% do território rondoniense, configurando a maior severidade de seca no Estado desde fevereiro de 2024, quando houve seca extrema em 5%.
Tocantins também avançou a área com seca para a totalidade de seu território entre junho e julho, saindo de 98% para 100%. Houve aumento da área de seca moderada de 49% para 51%, considerada condição mais severa no Estado, desde março deste ano, quando houve seca grave de 25%.
Outros Estados da Amazônia
O Estado do Mato Grosso aumentou de 84% para 100% sua área com seca de junho para julho, a maior desde agosto de 2021, quando houve seca em todo o território mato-grossense. A intensificação da seca grave avançou de 30% para 33%, segundo o Monitor da ANA.
O Maranhão foi o Estado do Nordeste com o maior percentual de seca registrado em julho, quando marcou uma área com seca de 73%, ante os 31% registrados no mês anterior. Segundo o Monitor, é a maior área com seca no território maranhense desde fevereiro deste ano, quando o fenômeno foi registrado em 92% da sua área. Ainda assim, a intensidade do fenômeno é considerada estável no Estado com seca moderada.
Avanço em todas as regiões
O Monitor de Secas mostra, ainda, que entre junho e julho, houve uma intensificação do fenômeno da seca em todas as cinco regiões do Brasil. Considerando a extensão da área com seca, o fenômeno se expandiu em todas as regiões do País, aumentando de 5,96 milhões para 7,04 milhões de km², o equivalente a 83% do território brasileiro.
A Região Sul registrou a condição mais branda em julho (21%), enquanto o Centro-Oeste avançou para a totalidade de seu território com seca.
Além do Acre, Rondônia e Tocantins, na Região Norte, outros seis Estados registraram seca em 100% de seus territórios, em julho: Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais.
No Sudeste, o Estado de São Paulo, apresentou a maior severidade da seca entre os estados da região em julho, alcançando 17% de seu território, um índice considerado alto em relação a janeiro de 2023, quando registrou seca extrema de 3% de sua área geográfica.
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