Rio Madeira atinge cota inferior a um metro pela primeira vez na história
Esta é a primeira vez desde o início do acompanhamento que o nível do rio fica abaixo de um metro.
07/09/2024 09h59
Camila Pinheiro - AGÊNCIA CENARIUM
Porto Velho (RO) - Noventa e seis centímetros. O Rio Madeira atingiu a marca histórica nesta quinta-feira, 5, na capital de Rondônia (RO), Porto Velho, de acordo com o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Esta é a primeira vez desde o início do acompanhamento que o nível do rio fica abaixo de um metro. O monitoramento é realizado desde o final da década de 60.
O registro ocorreu no Dia da Amazônia, data em que se discute questões sobre a preservação da floresta e dos recursos hídricos. Em plena estiagem, o Rio Madeira, que abriga 40% das espécies de peixes da bacia amazônica (mais de 1,2 mil espécies), enfrenta sérias dificuldades.
O nível das águas tem baixado rapidamente, segundo apontam os dados. Em 31 de julho, os registros em Porto Velho marcava a cota de 2,45 metros, medida já considerada abaixo da média para o período. Em pouco mais de um mês, o nível do Madeira desceu quase 1,5 metro.
O esperado para a época, segundo apontou o Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta Hidrometeorológico (SipamHidro), seria um nível de cerca de 3,80 metros. Desde meados de julho de 2024, o rio tem registado mínimas históricas consecutivas.
Comunidades afetadas
Com temperaturas elevadas e a falta de água, os ribeirinhos que vivem nas margens do Rio Madeira tem enfrentado dificuldades. Muitas famílias vivem com menos de 50 litros de água por dia, quando o recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 110 litros por pessoa para atendimento às necessidades básicas.
Em Porto Velho, cerca de 52 comunidades ribeirinhas, numa extensão de quase 1,5 mil quilômetros de água doce, não têm acesso a água tratada e canalizada, retirando a água diretamente do rio ou de poços cavados pelos próprios moradores.
Operação de usina
Na quarta-feira, 4, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que, devido à seca, a operação das unidades geradoras da hidrelétrica de Santo Antônio foi parcialmente suspensa. Das 50 turbinas, apenas sete estão funcionando.
A Eletrobras, administradora da hidrelétrica, explica que essa manobra visa concentrar a geração de energia no grupo Gerador 1, garantindo o abastecimento energético do País.
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