Giuliana Fletcher - AGÊNCIA CENARIUM
MANAUS (AM) - Dados do Boletim de Desmatamento e Ilícitos Ambientais (BDI Censipam) mostram que dos cinco municípios mais desmatados no Brasil por quilômetros quadrados, quatro estão no Estado do Amazonas. As cidades amazonenses que são impactadas com o desmatamento estão concentradas na região sul do Estado, conhecida como "arco do fogo". São eles: Apuí, Lábrea, Manicoré e Novo Aripuanã.
Os índices do BDI também mostram que o registro total de áreas desmatadas no bioma amazônico foi de 1.851,96 km² no primeiro semestre de 2024. O Estado do Pará lidera o crescimento do desmatamento com total de 617,17 km², seguido pelo Amazonas com 447,89 km².
De acordo com o relatório, os dados de áreas protegidas também apontam para uma vulnerabilidade. A Unidade de Conservação mais afetada pelo desmatamento do corte raso foi a Área de Proteção (APA) Triunfo do Xingu, localizada no Pará. No Amazonas, a Terra Indígena do Alto Rio Negro teve o maior impacto.
As Pistas de Pouso Irregulares também aparecem nas estatísticas. O Sistema de Localização de Pistas de Pouso do Censipam (LOPIS), localizou a existência de 2.191 postas de pousos irregulares na Amazônia Legal. Do total, 93 dessas pistas estão dentro do Território Indígena (TI) Yanomami, enquanto a APA do Tapajós aparece em segundo lugar com 119 pistas irregulares.
A situação do desmatamento de vegetação florestal secundária sobressai nos resultados do primeiro semestre de 2024, tendo 18% do desmatamento por corte raso em áreas de vegetação florestal secundária. Esse tipo de vegetação se refere a florestas que surgiram a partir da regeneração de áreas previamente desmatadas.
O impacto negativo desse desmatamento em áreas secundárias é alarmante, pois impede a recuperação completa da floresta nativa e elimina a possibilidade de regeneração da biodiversidade original.
A captação das informações que embasaram o relatório do Censipam vem de ferramentas como o Sistema de Localização de Garimpos (LOGAR), que realiza validação, refinamento e classificação dos alertas de mineração gerado pelo DETER e Brasil MAIS, e utiliza as imagens de alta resolução.
As pistas de pouso irregulares, foram identificadas com o sistema de Localização de Pistas de Pouso (LOPIS), também produzido pelo Censipam. A ferramenta é responsável por identificar e classificar as pistas de pouso irregulares na Amazônia Legal, a partir de imagens de satélite.
A edição divulgada apresenta a análise do primeiro semestre de 2024, e segue com atualização bimestral na primeira quinzena de setembro, que incluirá os dados de julho e agosto.
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