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Giuliana Fletcher - DA AGÊNCIA CENARIUM

MANAUS (AM) - Com um dos piores índices de arborização do País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Manaus está entre as capitais menos arborizadas, com apenas 23,90% de área coberta por vegetação. Com o agravamento das queimadas, a diminuição da vegetação é nítida e, segundo especialistas, isso reflete no aumento da sensação térmica e das ondas de calor que atingem a região.

O Amazonas passa por uma das fases mais críticas quando se trata de queimadas. Só no mês de setembro deste ano, foram 333 ocorrências de incêndio em vegetação, dentro da cidade de Manaus, segundo do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM).

À CENARIUM, a mestre em Engenharia, Gestão e Processos Ambientais Darlene Pires afirma que a falta de árvores na cidade influencia em uma série de problemáticas para a população, além de refletir no agravamento do calor.

A mestre em Engenharia, Gestão e Processos Ambientais Darlene Pires (Reprodução/Arquivo Pessoal)

“A ausência de árvores é a incidência de calor e fumaça que traz várias consequências, pois com o tripé estiagem, poluição e queimadas, vários poluentes e vírus se formam no ar, fazendo a população lotar hospitais principalmente crianças e idosos sofrem muito com doenças que estão diretamente ligadas às ondas de calor e estiagem”, alerta a especialista em meio ambiente.

Referente às medidas que podem amenizar a situação, ela ressalta ainda que esta é uma atuação que deve ser feita em conjunto pelo poder público e a população. “Não temos outro planeta, precisamos ter políticas mais incisivas para quem impacta e polui o meio ambiente, mas a população também precisa se comprometer em redobrar os cuidados e realizar ações que preservem o meio em que vivemos”, conclui.

Em matéria da CENARIUM de junho deste ano, o ambientalista Jossimar Farias apontou que as motivações para a capital estar nessa situação envolvem a inércia do Poder Público sobre a pauta da preservação e arborização.

“Seja por conceder imoderadamente licenças a grandes projetos imobiliários e empresariais para desmatar áreas verdes, ou até mesmo pela falta de fiscalização dessas ações, os órgãos municipais como a Semmas [Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade] não mostram relevância alguma para a proteção do nosso bioma”, afirmou o ambientalista.

O ambientalista Josimar Farias (Reprodução/Redes Sociais)

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que o Amazonas registrou, só em 2024, 21,6 mil queimadas, o que torna este “no pior ano” em relação aos focos de calor desde 1998. O Estado, que declarou emergência devido à seca severa, segue emitindo notas que revelam que a situação da estiagem, somada ao alto nível de queimadas e a realidade da baixa vegetação dentro de Manaus, uma junção altamente prejudicial para a população.

Atrativo de concreto

No dia 4 de julho deste ano, a Prefeitura de Manaus inaugurou o “Parque Gigantes da Floresta”, entre as zonas Leste e Norte, com esculturas de mais de 80 animais, com uma área total de 149.374,41 metros quadrados. O investimento de R$ 53,5 milhões gerou controvérsia nas redes sociais, com comentários dos moradores de Manaus que alegam que apesar da nova opção de lazer na cidade, a simulação da floresta amazônica em concreto não devia ser uma prioridade, visando o aumento das temperaturas e pouca arborização na capital.

Parque municipal possui imitações de árvores feitas de metal (Reprodução/Prefeitura de Manaus)