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Fundador da Ciência Política Moderna, Nicolau Maquiavel (1469-1527) escreveu, em O Príncipe, que o governante não precisava ter todas as qualidades imaginadas pelas pessoas, mas devia se esforçar para "parecer tê-las"; devia disfarçar sua natureza e ser um "dissimulado".

Hoje, 6 de outubro, o Brasil - e mais especificamente a Amazônia - vai escolher o prefeito e os vereadores de cada cidade. São eles que cuidam diretamente das condições das ruas, do transporte coletivo, da saúde básica, da coleta de lixo, contribui para a mitigação dos efeitos da crise climática, entre outros serviços essenciais. Nessa espécie de concurso público, o eleitor é o grande julgador.

Buscando contribuir para a reflexão do eleitorado da Amazônia Legal, formada pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão, a nova edição da REVISTA CENARIUM traz um levantamento sobre a gestão dos candidatos a prefeito das nove capitais dos Estados da Região Amazônica que buscam a reeleição.

A pesquisa mostra, com documentos, quais deles estão envolvidos em escândalos e cujas administrações foram alvos de operações policiais por suspeitas de desvio de dinheiro público. Todos os implicados se autodenominam cristãos e usam a religião como trampolim político.

Diante dessas características, é importante lembrar que este é o momento em que o eleitor deve se despir de suas crenças pessoais (religiosas e ideológicas) para avaliar, tão somente, os elementos técnicos das gestões municipais. Não se vota pelo que o candidato diz ser, mas pelo que ele de fato mostra.

Retomando o renascentista Maquiavel, mencionado no início deste texto, que rompeu com a ideia medieval de que o poder é proveniente do divino, o filósofo defendeu que a política nada mais é do que uma atividade humana. A maioria daqueles que a amam é movida por ela em função da conquista e da manutenção do poder. Não por caridade, mas por egoísmo.

Essa é a hora de jogarmos ao chão as máscaras daqueles que nos governaram por quatro anos e assumirmos a responsabilidade do voto. Lembremo-nos do que foi dito há 2.500 anos por Platão: "o maior castigo daqueles que não se interessam por política é serem governados por quem gosta dela" e por quem tem, na política, o vício pelo poder e a gana pelo enriquecimento.

O assunto foi tema de capa e especial jornalístico da nova edição da REVISTA CENARIUM. Acesse aqui para ler o conteúdo completo.

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