A ONG internacional Human Rights Watch (HRW) denunciou, em nota desta segunda-feira (24), casos de detenção e maus-tratos contra pessoas LGBTQIA+ no Catar nos últimos meses, às vésperas da Copa do Mundo 2022 a ser sediada pelo país.
Segundo a organização, foram relatados seis casos de espancamentos "graves e repetidos" e de assédio sexual sob custódia policial entre 2019 e 2022, após prisões arbitrárias.
“As forças de segurança prenderam pessoas em locais públicos com base apenas em sua expressão de gênero e fizeram buscas ilegais em seus telefones. Como requisito para sua libertação, as forças de segurança exigiram que as mulheres transgêneros detidas participassem de sessões de terapia de conversão em um centro de ‘saúde comportamental’ patrocinado pelo governo”, diz a nota da HRW.
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Os relatos dizem que oficiais do Departamento de Segurança Preventiva do Catar os detiveram em uma prisão subterrânea em Al Dafneh, Doha, onde eles assediaram verbalmente e submeteram os detidos a abusos físicos, desde tapas a chutes e socos até sangrarem. Todos os seis disseram que a polícia os forçou a assinar promessas indicando que “cessariam a atividade imoral”.
“Enquanto o Catar se prepara para sediar a Copa do Mundo, as forças de segurança detêm e abusam de pessoas LGBT simplesmente pelo que são, aparentemente confiantes de que os abusos das forças de segurança não serão denunciados e controlados. As autoridades do Catar precisam acabar com a impunidade da violência contra as pessoas LGBT. O mundo está assistindo”, disse Rasha Younes, pesquisadora de direitos LGBT da Human Rights Watch.
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A nota da ONG afirma que todos foram detidos, sem acusação, por dois meses em confinamento solitário, sem acesso a um advogado. Além disso, “nenhum recebeu qualquer registro de ter sido detido”.
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