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Gage Skidmore/Wikimedia Commons
Gage Skidmore/Wikimedia Commons

John Boyega, conhecido por interpretar Finn na saga Star Wars, abriu o jogo em entrevista à revista GQ publicada nesta quarta (2) sobre os rumos que a Disney deu ao seu personagem. Apesar de já ter expressado algum descontentamento em redes sociais e entrevistas desde o lançamento do último filme, A Ascensão Skywalker (2019), esta é a primeira vez que o ator fala abertamente sobre a experiência.

"É complicado. Você se envolve em projetos e não vai necessariamente gostar de tudo. Mas o que eu diria para a Disney é o seguinte: não criem um personagem negro, façam marketing para vendê-lo como se fosse muito mais importante na franquia do que realmente é, só para depois deixá-lo de lado. Isso não é bom", desabafa. 

Boyega estreou no universo Star Wars em O Despertar da Força (2015), como Finn, um Stormtrooper (soldado da Primeira Ordem, organização dos vilões na trama) que muda de lado e acompanha o piloto rebelde Poe (Oscar Isaac) e a jovem sensível à Força Rey (Daisy Ridley) na aventura. Embora tenha sido uma das figuras centrais desse episódio da saga, Finn teve menos destaque nos dois filmes seguintes, quando a trama se voltou mais para a jornada de Rey e sua relação com o vilão Kylo Ren (Adam Driver), ambos brancos. 

Para o ator, Finn não foi o único personagem prejudicado: trata-se de um problema sofrido também por outros atores não-brancos na série. Ele cita Kelly Marie Tran, atriz americana de origem vietnamita, que estreou como Rose Tico em Os Últimos Jedi (2017) e chegou ao terceiro filme da saga com alguns minutos de tela, poucas falas e quase nenhum envolvimento na trama. Boyega critica, ainda, o tratamento do personagem Poe, do guatemalteco-americano Oscar Isaac, cujo destaque também variou na trilogia.

"Vocês souberam o que fazer com a Daisy Ridler e com o Adam Driver", afirma, referindo-se aos arcos narrativos da heroína e do antagonista, que vivem um romance na conclusão da saga. "Com essas pessoas vocês sabem lidar, mas quando é com a Kelly Marie Tran, ou comigo, vocês não sabem? [...] Deram toda a nuance ao Adam Driver, à Daisy Ridley, sejamos honestos. Daisy sabe disso. Adam também. Todo mundo sabe. Não estou dizendo nada novo aqui".

Ativo na luta antirracista, Boyega viralizou nas redes sociais em junho com um vídeo em que ele faz um discurso emocionado num protesto Black Lives Matter em Londres. "Sou o único membro do elenco que teve sua experiência na franquia baseada na raça. [...] Um processo como esse te deixa com raiva, te faz mais militante, muda você, porque você percebe que ganhou a oportunidade mas está numa indústria que não está pronta para você. Ninguém mais no elenco precisou lidar com gente dizendo que boicotaria o filme por estar nele. Ninguém mais aguentou a onda de ódio e as ameaças de morte nas redes sociais, dizendo 'negro isso, negro aquilo, você não pode ser um Stormtrooper'. Ninguém mais teve essa experiência. E, ainda assim, as pessoas se surpreendem com a minha reação. Isso me frustra", completa.