Fundação Padre Anchieta

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Divulgação/TV Cultura
Divulgação/TV Cultura

Ator, cantor, compositor, apresentador, contador de causos e muito mais: esse é Rolando Boldrin, o Sr. Brasil, que completa 84 anos nesta quinta-feira (22).  

Nascido em São Joaquim da Barra, interior paulista, Boldrin se mudou para a capital ainda na juventude e começou a trabalhar na extinta TV Tupi em 1958. "Já fiz de tudo, mas antes de mais nada sou ator. Não me julgo um cantor, sou um ator que canta", afirmou. 

Paralelamente ao trabalho nas novelas, no cinema e no teatro, ele nunca deixou de explorar outra grande paixão: a música brasileira. Entre composições próprias e trabalho como intérprete - "Cantei música de todo mundo, de Noel Rosa a Chico Buarque", disse - ele já acumula mais de 174 obras musicais gravadas.

A união do trabalho nas telinhas e o amor pela música resultou no programa Sr. Brasil, no ar na TV Cultura há 15 anos. "Tinha o sonho de criar um programa musical e cultural para mostrar que a música brasileira não era só samba. Eu me dediquei a esse projeto como uma coisa primordial para a cultura brasileira", refletiu. 

Além de apresentar o programa, Boldrin também dirige, assina os roteiros e supervisiona todo o projeto. Para ele, essa autonomia não tem preço: "O trabalho me satisfaz, me preenche totalmente. Estou muito contente".

"Por que eu canto meu Brasil? É minha terra. A música é universal, mas eu não sou. Minha terra é o Brasil, minha gente, minha família, minha linguagem", diz. Citando o escritor Ariano Suassuna, que fazia divertidas críticas aos anglicismos no português, ele brinca: "Eu não falo inglês nem francês, falo 'joaquinês', a língua da minha terra. [...] Quando deixei de gravar no disco compacto e fui para o LP, me diziam que o nome era long play e eu falava: 'long play não, é disco grandão!'"

Com as gravações do programa paralisadas pela crise da Covid-19, Boldrin conta que está isolado em casa seguindo as recomendações de saúde, mas ansioso para voltar a fazer shows e encontrar o público: "84 anos e estou 'inteiraço', quero trabalhar mais! Estou louco para acabar essa pandemia". Ele acrescenta que a agenda de 2021 já está cheia de projetos em andamento, como shows em parceria com a banda Casuarina e um curta-metragem em pré-produção. "Eu fico em casa mesmo, mas estou 'ligadão'", brincou. 

A pandemia, que ele descreve como um grande "pito" para a humanidade, o afastou dos palcos, mas tem servido para levantar reflexões sobre a arte e a cultura em tempos difíceis. "O povo quer ver o artista, quer sentir a arte perto. Eu não poderia fazer meu trabalho sem o público. Acho que tudo isso vai contribuir para uma mudança radical no Brasil, no planeta", afirmou. 

Para Rolando, uma crise dessa magnitude pode ser uma chance para reavaliar o mundo pré-pandemia. "Sou contra 'voltar à normalidade'. Não, como era não era normal. Tem muita coisa que você tem é que voltar diferente, botar sua vida nos eixos, botar suas ações como ser humano nos trilhos, dar valor à sua própria vida."

Assista Rolando Boldrin contando causos no Sr. Brasil: