Fundação Padre Anchieta

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Reprodução/Instagram
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Nas últimas semanas, vídeos satirizando a classe média paulistana e seus hábitos viralizaram nas redes sociais. As cenas protagonizadas por Tina, personificação do alvo da crítica, acompanham a personagem em diversas situações desse meio. Na série mais recente, “Tina em: Expiando a Culpa Burguesa”, as críticas vão desde a relação da classe média com a pandemia até a intelectualidade como forma de “luta”.

Quem está por trás de Tina são as atrizes Isabela Mariotto e Júlia Burnier. Em conversa exclusiva com a TV Cultura, elas contam que a ideia inicial surgiu na quarentena, como forma de crítica à ideia de um produtivismo exacerbado que surgiu nesse período. “Você tem que aprender a fazer tudo, fazer yoga todo dia, fazer aula de mandarim”, brinca Júlia.

Tina, performada por Isabela e dublada por Júlia, surgiu como uma mistura das atrizes e como a personificação da crítica que elas queriam fazer. Sendo colegas de palco e amigas há anos, a vontade de produzir um conteúdo crítico mas cômico sempre existiu entre as duas. Isabela completa afirmando que “nós nunca pensamos em fazer isso senão pela via do humor, a gente acredita que é uma forma de chegar no público que é muito potente”.

Processo de criação

Todos os vídeos da Tina nascem de uma reunião entre as atrizes e de um esboço de roteiro. A etapa de gravação parte da Isabela que, ao filmar, vai improvisando o texto em cima do que elas imaginaram no início. Esse material em vídeo vai para a Júlia, que edita e comprime o trabalho em um minuto. Com o corte fechado, as duas aprovam para a última etapa: a dublagem da Júlia.

Ambas caracterizam o trabalho como uma parceria única. Júlia afirma que “é muito tranquilo trabalhar junto porque a gente tem uma intimidade de trabalho e uma intimidade pessoal. A gente se mija de rir toda vez que vai fazer um vídeo”. Isabela concorda dizendo que, por elas conversarem todos os dias, “mistura vida com trabalho, então tem um lugar muito especial”.

Repercussão

A dupla afirma que a repercussão tem sido muito positiva. “Está sendo muito bom ver as pessoas rindo das próprias contradições, a gente está fazendo humor, apontando as nossas falhas, fazendo um estereótipo do que é o nosso meio”, afirma Isabela. Júlia reconhece que elas também estão dentro de um processo de autocrítica, dizendo que “começou com nosso círculo, que é um círculo mais artista, paulistano, e as pessoas percebem que a gente também está se criticando, por isso rola uma identificação”.

Júlia reforça a força do humor nessa crítica, dizendo que “a gente nunca imaginou que ia ter um potencial de mais ou menos viralizar, e aí essa última série chamou mais atenção porque acho que foi uma crítica mais direta”. Isabela completa afirmando que a Tina está alcançando cada vez mais pessoas para além do círculo que criticam e reconhece a importância disso.

Projetos futuros

Quando questionadas sobre os próximos projetos, Isabela brinca: "A gente vai para o Big Brother (risos) não, brincadeira. Está sendo muito gostoso ver a personagem crescer e se desafiando cada vez mais”. Júlia diz que esses desafios são muito importantes para o crescimento da Tina nesse processo de testar novos formatos. “Quanto mais a personagem vai se definindo, vai dando mais possibilidades de pegar um contexto totalmente bizarro e colocar a Tina ali no meio”, completa Júlia.