Fundação Padre Anchieta

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Nathalie Bohm/TV Cultura
Nathalie Bohm/TV Cultura

Convidado do #Provoca desta semana, o jornalista Boris Casoy afirmou na entrevista que não se arrepende de ter apoiado o golpe militar de 1964. O programa vai ao ar nesta terça (27), às 22h, na TV Cultura, site oficial da emissora e canal do programa no YouTube.

"Não, eu não me arrependi. Eu tinha 23 anos, então as minhas informações eram limitadas. Eu temia uma ditadura", afirmou. "O governo João Goulart era uma governo fraco. A guerrilha não começou numa luta contra a ditadura, ela foi planejada antes. [...] A guerrilha não foi para combater a ditadura, foi para criar a sua própria ditadura chinesa, albanesa, seja o que for. Queriam criar um regime comunista no Brasil, não tenho dúvida nenhuma", continuou o jornalista.

Questionado por Marcelo Tas, Casoy afirmou que temia uma tomada de poder por comunistas, mas que não imaginava que o golpe daria início a 21 anos de ditadura: "Apoiei 64. Eu imaginava que 64 ia ser um movimento rápido, que ia restaurar o processo democrático. O presidente Castelo Branco era um homem aparentemente cheio de virtudes. Dois anos depois, as coisas mudaram. [...] Eu imaginava que o processo era um processo rápido, que ia evitar um regime comunista, e que as coisas iam se assentar dentro de um quadro democrático". 

Tas pergunta, então, se o jornalista apoiaria o golpe se, na época, soubesse o que sabe hoje. "Apoiaria", afirmou Casoy. "Mas, houve fatos que não apoiei e que condeno. Por exemplo: tortura. A tortura não é, de maneira alguma, admissível. A maneira como se combateu a guerrilha, a tortura, as prisões, isso é inadmissível", continuou.

"Se você me perguntar: 'você faria a experiência de novo?' Voltando para aquela época, sim. Mas eu não acho a ditadura a solução de nada. Não resolveu os grandes problemas nacionais", completou.  

As violações cometidas durante o período militar (1964-1985) renderam condenações do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Entre elas está o caso de Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura. Em 1975, Herzog foi assasinado após se apresentar voluntariamente para prestar esclarecimentos aos militares.

Um dos mais conhecidos jornalistas do país, Boris Casoy consolidou sua carreira na televisão brasileira passando por emissoras como SBT, Record e Rede TV!. Hoje, aos 80 anos, comanda seu próprio telejornal no YouTube, que leva o nome de Jornal do Boris. Na entrevista com Marcelo Tas, ele também fala sobre sua trajetória, a prática do jornalismo e sobre sua vida pessoal.