Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Reprodução/ Facebook
Reprodução/ Facebook

13 de novembro é conhecido mundialmente como o Dia da Gentileza. A data foi cunhada primeiramente em 1996, no Japão, quando grupos se reuniram para discutir o assunto. Foi oficializada em 2000.

A data traz reflexões a respeito de um tema importante: a gentileza, essa característica humana que engloba bondade, generosidade, amor e afeto. A qualidade de ser gentil, de ser acolhedor, doador, amável. Um aspecto a ser celebrado, a ser construído em cada um de nós.

E nessa data tão importante, é impossível não trazer um dos maiores expoentes desse tema: José Datrino, o Profeta Gentileza.

Criador da frase “gentileza gera gentileza”, construindo assim a ideia de que atos de bondade podem ser cíclicos e que uma boa ação pode inspirar inúmeras outras, José Datrino não nasceu Profeta Gentileza.

Datrino cresceu como um menino incomum, já que vagava pelas ruas quando criança, afirmando ter um propósito maior, uma missão nessa Terra. No entanto, só começou a ficar conhecido como Profeta Gentileza em 1961, quando um terrível incêndio acometeu o Grand Circus de Niterói, levando centenas de vidas.

Depois da tragédia, Datrino se mobilizou para fazer um belo jardim no lugar onde o circo havia deixado apenas cinzas. Também se mudou para as redondezas a fim de amparar os prejudicados do incêndio, oferecendo conselhos e palavras amigas aos que o visitavam. A partir daí, passou a ser chamado de Profeta Gentileza.

Leia mais: Jorge Aragão recebe alta do hospital nesta sexta-feira (12) e dispara: “Continuo on"

Carregando o título de Profeta e ansioso para disseminar suas diretrizes de gentileza, Datrino saiu pelas ruas do Rio de Janeiro, muitas vezes se alojando entre a ponte Rio-Niterói. Tentava transmitir seus ensinamentos, suas ideologias, pregava o amor ao próximo e a bondade acima de tudo. Por muitos era visto como um lunático, mas nada abalaria Datrino, que, desde jovem, sabia de sua missão.

Em 1980, o Profeta passou a trabalhar no legado que deixaria às gerações posteriores. No viaduto da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, entre o Cemitério do Caju e o Terminal Rodoviário, Datrino passou a encher as pilastras com frases que refletiam suas ideologias de gentileza. Para alguns, os escritos eram sinônimo de profecia, eram magia, espiritualidade, eram as palavras do divino. Já para outros, eram apenas falas bonitas, poesia pura, o tipo de dizer que inspira.

Independente da interpretação que se tire, as frases desenhadas na caligrafia peculiar do Profeta, se tornaram conhecidas nacionalmente, sendo inclusive inspiração para artistas renomados, como Marisa Monte e Gonzaguinha. Além da música, as palavras de Datrino também incorporaram livros, filmes, novelas e trabalhos acadêmicos.

No entanto, em 1990, a prefeitura do Rio de Janeiro apagou as frases do Profeta por engano. Apesar do pedido de desculpas, a restauração do legado de Datrino só veio em 1999, três anos depois de sua morte. Na célebre canção de Marisa Monte, intitulada “Gentileza”, a cantora canta: “Apagaram tudo; Pintaram tudo de cinza; A palavra no muro ficou coberta de tinta”, em menção a esse triste episódio.

Leia também: 'Você Não Manda Em Mim': Maiara & Maraisa lançam música com Marília Mendonça