Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Reprodução/Instagram @gavioesoficial
Reprodução/Instagram @gavioesoficial

Durante a apuração das notas das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval 2023, uma polêmica tomou conta das redes sociais: a ausência de jurados negros. A crítica foi apontada por internautas, pesquisadores e famosos como a cantora Teresa Cristina, a atriz Elisa Lucinda e o humorista Yuri Marçal. 

Em entrevista para o site da TV Cultura, a professora, historiadora e pesquisadora Joice Aziza, diz que o Carnaval é uma fonte de capital, e este também é um dos motivos de excluírem a população negra, de acordo com a pesquisadora."Quando pensamos, onde fica concentrada a fonte de capital? Nas mãos de pessoas não-negras. Essas pessoas não conseguem dar esse espaço para lideranças negras", afirma Joice. 

"A ausência de líderes negros não só no Carnaval, como no futebol e outras instâncias é uma dívida do racismo estrutural. Se a gente analisar todas as estruturas, seja qual for, onde a gente vê as pessoas negras?", afirma a historiadora. 

No twitter, os artistas se manifestaram com críticas sobre a maioria de jurados brancos na avaliação das agremiações. Em sua conta, a sambista Teresa Cristina questionou: "É proibido ter jurado preto?”.

Joice escreveu um manifesto intitulado de "Carta ao Mestre Cartola". Nesse escrito, a historiadora relembra uma entrevista do sambista sobre seu descontentamento com o rumo do Carnaval no Brasil. Na reportagem de 1978, o músico revela que "o Carnaval mudou demais. Agora, escola de samba está virando empresa", disse ele a um jornal não identificado da época.

Ainda em manifesto, Joice revela seu descontentamento. "Sabe onde majoritariamente se veem pessoas negras no Carnaval? Atrás dos carros alegóricos, na força braçal, essa eu pude ver de pertinho, bem do chão da avenida", revolta-se.

Leia também: Conheça o elenco do live-action de “A Pequena Sereia”

Em nota, a Liesa informou que "se orgulha em ter no júri oficial profissionais experientes e talentosos de variadas áreas de atuação, realizando uma ampla e rigorosa seleção com base em currículos, conhecimento de Carnaval e histórico de carreira, sem que haja qualquer distinção à cor da pele ou identidade de gênero".

A Liga destacou ainda que "dentro dessa gestão, pela primeira vez na história, uma mulher, a percussionista Mila Schiavo, foi escolhida para avaliar o quesito bateria, tradicionalmente ocupado na totalidade por homens em uma cultura que agora começa a ser modificada." A nota continua, informando que "a diretoria da Liesa está alinhada e atenta ao compromisso de promover a diversidade e inspirar bons exemplos para outras instituições carnavalescas e para a sociedade em geral."

Em 2007, a artista Teresa Cristina cantou com Nelson Sargento os versos "mudaram toda tua estrutura, te impuseram outra cultura e você não percebeu". Os trechos de “Agoniza mas não Morre” refletem um sentimento da comunidade negra de estar sendo desapropriada de uma identidade que veio da própria cultura, e está sendo cada vez mais invisibilizada com o tempo.

Leia também: Sem incluir o Brasil, Netflix anuncia redução global no preço das assinaturas