O dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, mais conhecido como "Zé Celso", morreu aos 86 anos na manhã desta quinta-feira (6).
Zé Celso dirigiu o Teatro Oficina, fundado em 1958 por ele e por estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
O Oficina teve um papel importante na revolução cultural do final dos anos 60, inclusive com a encenação de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, que revolucionou a estética brasileira na performance. As montagens de "Galileu Galilei", em 1968, e "Na Selva das Cidades", em 1969, ambas de Bertolt Brecht, foram o ápice do teatro.
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Personalidades lamentam a morte de Zé Celso, ícone do teatro brasileiro
Em 1974,Zé Celso foi detido pela ditadura militar, mas foi solto 20 dias depois. O dramaturgo, então, se exilou em Portugal e retornou ao Brasil apenas em 1979. Posteriormente, o edifício do Teatro Oficina foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat), por sua importância histórica ao teatro brasileiro.
Em 1993, o local foi re-fundado como Teatro Oficina Uzyna Uzona e iniciou uma fase muito produtiva, que levou à encenação do clássico romance jornalístico de Euclides da Cunha, "Os Sertões". De 2000 a 2007, o Oficina produziu as cinco partes dessa obra, totalizando 27 horas de teatro.
O Teatro Oficina foi palco para atores como: Marieta Severo, Raul Cortez, Célia Helena, Renato Borghi e Ítala Nandi, Marília Pêra, Tarcísio Meira, Leona Cavalli. Alguns deles, inclusive, começaram suas carreiras com espetáculo no local.
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