Bienal do Rio: “Há uma memória afetiva diferenciada quando se trata do livro impresso”, diz presidente da SNEL
Mesmo com a leitura digital, edição carioca de 2021 vendeu mais de 2 milhões de obras ao longo de dez dias de duração
01/09/2023 15h28
A Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2023, ou apenas Bienal do Rio 2023, começa nesta sexta-feira (1°), no espaço Riocentro.
O evento, que é o maior do segmento literário do país, comemora os 40 anos em 2023. A 21º edição promete grandes debates, conversas e diversas atrações nacionais e internacionais.
A história do evento começou em 1983, no hotel Copacabana Palace, como uma feira de livros organizada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Desde então, foram 20 edições e 40 anos de encontros, venda de obras e histórias sobre livros.
Mesmo com o crescimento da leitura por dispositivos online, Dante Cid, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), acredita que a memória afetiva e a paixão pelo livro ainda são fundamentais para a venda dos materiais físicos.
“A gente tem que entender que há ainda uma paixão e uma memória afetiva diferenciada quando se trata do livro impresso e isso leva as pessoas a não só manterem a aquisição do livro impresso, mas também vivenciar e os estandes das editoras, a montagem dos principais ambientes, dos romances mais do nosso sucesso, objetos e personagens e oportunidades de interagir, de tirar foto dentro daqueles ambientes”, argumenta Cid.
Nos últimos anos, o Brasil e o mundo passaram a conviver com o livro digital, seja pelo celular, tablet ou pelo kindle, dispositivo próprio para leitura online. Uma pesquisa realizada pela Opinion Box, divulgada em 2021, mostrou que durante a pandemia 65% dos leitores, geralmente, liam livros digitais; enquanto, 76% dos entrevistados ainda preferem a versão física.
O levantamento ainda apresentou que 31% dos entrevistados responderam que achavam difícil manusear os leitores e livros digitais. Em relação ao kindle, 65% dos participarntes que leem online destacaram a praticidade com os ebooks:
58% apontam a facilidade em levar os livros para qualquer lugar;
48% falaram que ocupam menos espaço em casa;
39% acham que é mais fácil comprar e receber;
e 39% acreditam que os ebooks são mais baratos.
Outros 6% dos entrevistados acham os ebooks caros e; 5% dizem não encontrarem os livros que desejam ler
Mesmo com uma parcela da população que possui o hábito de ler de forma digital, a procura pelos físicos nas edições da bienal. A 26ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que aconteceu em 2022, recebeu 660 mil visitantes e teve o total de 3 milhões de livros vendidos em seus nove dias.
Segundo pesquisa realizada durante o evento pelo Observatório do Turismo, da São Paulo Turismo (SPturis), o ticket-médio foi de R$ 226,94: um aumento de 40% comparado a 2018.
Mesmo com a pandemia, a 20ª Bienal do Livro Rio vendeu mais de 2 milhões de obras ao longo de dez dias de duração. As mesas de debates da Estação Plural foram transmitidas também em tempo real pela plataforma digital, contabilizando 750 mil acessos.
Ainda segundo a organização, 34,5% do público presente que esteve no evento em 2021 tinha entre 18 e 25 anos. Das 250 mil pessoas que passaram pelos três pavilhões, 99% compraram pelo menos um livro. A média foi de seis livros adquiridos por visitante.
O presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros avalia que as pessoas que vão à Bienal não comparecem apenas para a compra de livros, mas também pela experiência e interação do público com os seus atores favoritos, e principalmente pela memória afetiva com os produtos físicos.
“É justamente nesse aspecto que queremos diferenciar que a Bienal não é simplesmente uma feira de livro, mas é muito mais que isso, é uma oportunidade de interação do público com as editoras, com os seus autores e personagens favoritos e com os ambientes dos livros que a pessoa adora. Não é simplesmente a comercialização de livro, mas a vivência e do ambiente dos livros”, aponta.
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