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Após cinco anos de hiato, Ed Motta lançou no fim de outubro seu 14º álbum de estúdio. Cantado todo em inglês, ‘Behind The Tea Chronicles’ chega com muito jazz e transborda uma das paixões do artista, os filmes e seriados dos anos 1950 e 1960.

“O cinema é muito presente na minha vida (...) tinha uma revista chamada ‘Cinemin’, que não é mais editada no Brasil, ela era em preto e branco, usava um papel bem simples, mas tinha muita informação. Eu era obcecado por isso”, relembra o artista em entrevista ao site da TV Cultura.

Nas palavras do próprio dono do álbum, “as músicas não são de amor”, mas de “sabotagem”, “mafiosos” e “jogadores”, elementos clássicos do audiovisual da metade do século XX.

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Entre as inspirações para a temática das letras estão produções com a HQ ‘Little Nemo’ (1905), o longa de George Cukor 'Gaslight' (1944), e a série de ficção científica britânica ‘The Quatermass Experiment’ (1953). Elas, inclusive, influenciam diretamente os nomes das faixas ‘Slumberland’, ‘Gaslighting Nancy’ e ‘Quatermass Has Told Us’.

Ed conta que foram quase três anos produzindo o disco, entre a composição das canções, arranjos e gravação, o maior tempo de produção em toda a sua carreira.

Tive todo o tempo do mundo para preparar o disco da minha vida. Fiquei um tempão escolhendo cada acorde, depois, sentei pra fazer as letras e cada uma que surgia tinha uma influência muito forte do que a gente assistia aqui em casa todo dia”, comenta.

“A rua é um mal necessário”

O longo tempo da elaboração do álbum tem motivo. Desde o começo da pandemia de Covid-19, em março de 2020, até agora, Ed Motta tem se mantido recluso. “Eu não entrei em um avião ainda”, revela.

O isolamento social imposto até meados de 2021, em decorrência do coronavírus, pode ter sido um período triste ou depressivo para alguns, mas não parece ter afetado o cantor e compositor. Pelo contrário.

Na verdade, esse período do Covid eu aprendi mais coisa. É em casa que eu aprendo. Na rua a gente não aprende praticamente nada. Para aprender, você precisa de imersão”, diz.

Segundo Ed, o modo de vida dele e da esposa, Edna Lopes, é “meio lockdown”.

A gente não vai pra lugar nenhum, a gente não gosta de ir em lugar nenhum, nunca! A rua é um mal necessário.

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Turnê internacional

Apesar de ser uma pessoa caseira, o artista não conseguirá “fugir” (nas palavras dele) de uma turnê na Europa no mês de junho do ano que vem.

Ed também diz que deve fazer alguns shows no Brasil, em São Paulo e Rio de Janeiro, mas ainda não há nada confirmado.

Ouça o álbum:

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