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Rovena Rosa/Agência Brasil
Rovena Rosa/Agência Brasil

Organizadores de blocos de rua de São Paulo reclamam do horário estabelecido pela Prefeitura para o término da folia. Em seu Instagram, Ale Youssef, representante do Baixo Augusta, um dos maiores blocos da capital, diz que a programação feita pela gestão paulistana “não faz sentido” e “fere a espontaneidade do Carnaval”.

A Prefeitura de SP, sob o comando de Ricardo Nunes (MDB), definiu que os desfiles devem encerrar às 18h, com até uma hora de tolerância para a dispersão total das pessoas. Essa medida foi estabelecida também no ano passado.

“É bizarro porque em todos os centros carnavalescos do Brasil existe a previsibilidade para que os blocos aconteçam também à noite. Quer posar de capital do Carnaval? Então organiza para que a festa seja completa”, critica Youssef, ex-secretário de Cultura de São Paulo da gestão Bruno Covas (PSDB).

Além disso, o gestor cultural alega que a insegurança pública pode ser uma possibilidade para a Prefeitura encerrar os desfiles de rua até o fim da tarde. “Se for isso, mais uma vez, tentam jogar no colo do Carnaval e da cultura popular uma responsabilidade que não é nossa. A insegurança existe, está aí e ela precisa de medidas concretas para combater. Mas impedir a nossa maior festa da cultura popular de acontecer é não entregar o trabalho”, finaliza.

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Calor e distribuição gratuita de água


Grupos carnavalescos também reivindicam distribuição gratuita de água para os foliões durante os desfiles. Dentre elas, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo (CFCR-SP) manifesta preocupação com as pessoas em relação às fortes ondas de calor, mencionando até a morte de uma jovem de 23 anos durante o show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro, em novembro de 2023.

“Com a notícia da morte de uma pessoa em um show privado com público bem mais reduzido, surge o alerta que já vem sendo colocado há muitos anos pelos coletivos, associações e entidades organizadoras do carnaval”, declara a comissão em nota.

“É necessária parceria com a Sabesp e/ou empresas que patrocinam o carnaval para investir na segurança dos foliões diante de uma situação climática crítica. Não podemos arriscar vidas na festa que celebra a vida”, finaliza.

O que diz a Prefeitura


Em comunicado, a Prefeitura de São Paulo declara que o horário de encerramento dos desfiles de rua não foi uma decisão unilateral, mas realizada a partir de diálogos com o Ministério Público e os Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs).

A gestão ainda alega que a Secretaria Municipal das Subprefeituras enviou e-mails para cada bloco, a fim de promover orientações e esclarecer dúvidas dos produtores.

Além disso, a administração municipal ressalta que no Guia de Regras, entregue a todos os cortejos há mais de três meses, aparece o horário de encerramento das folias e afirma que a programação é a mesma dos anos anteriores.

Como resposta, CFCR-SP declarou: “Não temos tradição de encerramentos às 18:00hs, como informa a Prefeitura e suas secretarias em notas emitidas à imprensa. Esta determinação ocorreu pela primeira vez em 2023, de maneira arbitrária, cerceando o Carnaval na maior capital do país”.

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