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Sindicato dos delegados de São Paulo critica desfile da Vai-Vai; escola rebate

Policiais acreditam que houve uma “demonização” das forças de segurança; enredo foi uma homenagem ao hip hop e usando o Racionais MC’s como maior referência


13/02/2024 10h49

O sindicato que representa os delegados de polícia de São Paulo emitiram um comunicado repudiando o desfile da Vai-Vai no sambódromo do Anhembi no último sábado (10). Ao retratar os agentes em uma das alas, o grupo afirma que a classe foi tratada com “escárnio”.

“Em nome do que chama de 'arte' e de liberdade de expressão, [a escola] afronta as forças de segurança pública, desrespeita e trata, de forma vil e covarde, profissionais abnegados que se dedicam, dia e noite, à proteção da sociedade e ao combate ao crime, muitas vezes, sob condições precárias e adversas, ao custo de suas próprias vidas e famílias”, disse o Sindpesp.

Os delegados também afirmaram que esperam que a escola reconheça o “exagero” no desfile e se retrate.

"Não estamos falando, afinal, apenas dos policiais, sejam civis ou militares, mas, sobretudo, de uma instituição de Estado que representa e está a serviço de toda a sociedade bandeirante”, completou.

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A Vai-Vai apresentou o enredo "Capítulo 4. Versículo 3 - Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano", sendo uma homenagem o hip hop e usando o Racionais MC’s como maior referência.

Em nota, a escola se defendeu e explicou que o desfile teve uma série de recortes históricos. Além disso, disse que não houve intenção de fazer ataques individuais.

“A ala retratada no desfile de sábado, da escola de samba Vai-Vai, à luz da liberdade e ludicidade que o Carnaval permite, fez uma justa homenagem ao álbum e ao próprio Racionais Mcs, sem a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação, mas sim uma ala, como as outras 19 apresentadas pela escola, que homenageiam um movimento”, iniciou.

“Vale ressaltar que, neste recorte histórico da década de 90, a segurança pública no estado de São Paulo era uma questão importante e latente, com índices altíssimos de mortalidade da população preta e periférica. Além disso, é de conhecimento público que os precursores do movimento hip hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundo, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado pra época. Ou seja, o que a escola fez, na avenida, foi inserir o álbum e os acontecimentos históricos no contexto que eles ocorreram, no enredo do desfile”, completou.

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