Marcelo Tas conversa nesta terça-feira (19) com Milhem Cortaz, ator, padeiro e apresentador brasileiro. No bate-papo, ele fala sobre sua relação com as drogas e como é possível superá-la, que ser sincero é ser egoísta, e muito mais. O Provoca vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.
Tas pergunta sobre o que Cortaz traz de aprendizado da profissão de padeiro para a carreira de ator. “Paciência, a calma, solitude, porque a solidão é muito dura, mas a solitude é deliciosa (...) o pão requer uma observação do clima, da onde você está (...) na panificação artesanal você não tem controle, e não ter esse controle, tendo controle, é igual a nossa profissão (...) ou você está azeitado no negócio ou você vai se estrepar, porque não existe segurança na nossa arte. Tem uns lugares que o pão me preenche muito como artista”, diz.
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Em outro momento da edição, Milhem responde a pergunta de um internauta sobre o que as pessoas concluem a respeito dele. “Passei a vida inteira sendo egoísta e sendo sincero. A maior prova de egoísmo é a sinceridade. Só é bom para você. Só é bom para quem fala, te ofende (...) só a mãe pode ser sincera, porque a mãe tem intimidade (...) sinceridade é horrível, é egoísta”, explica.
Sobre sua relação com as drogas, o ator diz: “Eu não acho que fui para as drogas por má influência, por causa de onde eu andava, nada disso. Eu acho que foi excesso de criatividade e você vai atirando para todos os lados, e as pessoas não entendem muito e não conseguem te encaminhar para esse lugar e você aprende na porrada (...) eu acho que fui para a cocaína para falar: 'você é subversor, quero cheirar, quero ser diferente'. E isso me levou para um lugar muito perigoso (...) da falta de identidade, perdi uma parte da minha infância e adolescência (...) a droga me envelheceu, a pior cagada que eu fiz na minha vida”, comenta.
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