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Divulgação/TV Cultura Taís Araújo fala sobre suas personagens nas novelas 'Viver a Vida' e 'Xica da Silva'

Em Os Campeões de Audiência, que estreia nesta quinta-feira (17), às 22h15, Taís Araujo relembrou os sucessos da carreira e também alguns ‘fracassos’. A atriz falou sobre a novela 'Viver a Vida', que foi ao ar de setembro de 2009 a maio de 2010, e foi escrita por ninguém menos que Manoel Carlos. Refletindo sobre o período, Taís entende que houveram erros e acertos no projeto, mas destaca, principalmente, uma certa ingenuidade da novela ao acreditar que o Brasil de 10 anos atrás aceitaria uma protagonista negra, mulher e bem-sucedida.

Na época, a atriz vivia a expectativa de transformar a vida da população brasileira com a personagem Helena, papel interpretado por ela. “Olha o tamanho da minha maluquice, da minha pretensão. Mas, ator é um ser pretensioso, a gente tem a pretensão de mudar o mundo, de melhorar o mundo. A gente trabalha para isso, para incomodar, para provocar reflexão, para que as pessoas se identifiquem, essa é a função do artista”, disse Taís Araújo.

Para ela, em 2009, o fato de dar vida a uma mulher negra, rica e bem consigo mesma abriria uma porta para outras protagonistas negras, mas não foi o que aconteceu. “A novela fracassou de um jeito... eu fracassei, eu tomei um caldo. Aí depois foi o contrário na minha cabeça, eu falei ‘fechei todas as possibilidades para as protagonistas negras'”, comentou a atriz.

No entanto, Taís reflete sobre o impacto da protagonista em um país que ainda não estava pronto para recebê-la. “O Brasil não conseguia compreender aquela mulher negra, com sucesso e rica. Era um país que até hoje é assim, você precisa explicar porque o negro está nessa posição, como conseguiu e porque está aí. Era uma novela que não se explicava, então, talvez fosse uma novela para passar hoje e não há 11 anos”, analisou.

“Foi uma ingenuidade nossa, porque o Brasil lá atrás não se mostrava o país que é hoje. Há 10 anos, o brasileiro era cordial, a gente acreditava que o brasileiro era cordial, a gente acreditava em democracia racial, a gente acreditava em um monte de coisas, que caíram por terra”, completou Taís.

Outra personagem que marcou a carreira da atriz foi a Xica da Silva, na novela de mesmo nome, em 1996. Hoje, faz 24 anos que a produção, dirigida por Walter Avancini, estreou na televisão e fez Taís ter certeza da profissão que queria seguir. "Obrigada Sinhá Xica, obrigada a Vosmecê por tudo que a senhora fez na minha vida. Te amo!", escreveu em uma rede social. 

Figura histórica brasileira, Xica da Silva foi uma escrava que recebeu sua alforria e se relacionou com um dos homens mais ricos da época da mineração no Brasil. Segundo Taís, as retratações que ela via em livros, no entanto, faziam a atriz ter uma visão distorcida de Xica de Silva, que foi transformada pelo seu contato com a personagem. 

"O Avancini me falou: 'você quer fazer a Xica da Silva?'. Eu falei: 'eu não posso, eu vou ter que ficar pelada, eu sou menor de idade'", contou a atriz rindo."Eu só achava que tinha que ficar pelada. Uma personagem fundamental da nossa história, que leitura errada, machista, misógina. Eu acho que ela não foi mostrada como mereceria nem no filme do Cacá, que é muito bom, nem na novela, que é uma novela excelente. Mas eu acho que ela foi, enquanto mulher e atitude política, muito maior do que todas essas duas obras mostraram sobre ela", completou.

Veja a entrevista completa da atriz Taís Araujo no especial Campeões da Audiência:

Confira entrevistas com outras personalidades em Os Campeões de Audiência