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Divulgação/Mercedes
Divulgação/Mercedes

O que faz de um esportista 'gênio'? É a soberania de seu desempenho individual ou a vitória sobre outros 'gênios' de sua modalidade? Na Fórmula 1, o domínio de Lewis Hamilton com a Mercedes coloca o hoje hexacampeão, na visão de muitos, na mais alta prateleira de pilotos da história da categoria. A falta de competitividade no grid, porém, é o argumento principal de uma parcela mais saudosista dos fãs de automobilismo, que ainda contesta os resultados do britânico.

Para muitos, por exemplo, o tricampeonato de Ayrton Senna, em meados dos anos 90, teria um valor simbólico maior do que os seis títulos de Hamilton entre 2008 e 2019. Principalmente, pelo fato de o brasileiro ter competido em uma época teoricamente mais disputada, enfrentando nomes como o compatriota Nelson Piquet (tricampeão), o francês Alain Prost (tetra), e o jovem alemão Michael Schumacher (hepta).

Pode até ser, mas não justifica. Mesmo sem grandes rivalidades, Hamilton já dividiu o grid com alguns ícones das pistas, como o próprio Schumacher, o espanhol Fernando Alonso e o também alemão Sebastian Vettel, dono de um espetacular tetracampeonato consecutivo (2010 a 2013). Adversários que comprovam ainda mais a magnitude de todas as suas conquistas. 

Alvo de críticas por parte de ex-pilotos, o britânico de 35 anos de idade, que igualou o recorde de Michael Schumacher em número de vitórias (91) na F1, já manifestou incômodo com esse tipo de comparação, e, no último fim de semana, fez questão de desmistificar até seus próprios números. 

"Tenho muito respeito pelas lendas do esporte, embora eles teimem em falar mal de mim o tempo todo. Mas ainda o considero grandes porque sei que, na época deles, enfrentaram muitas dificuldades. Eram outros tempos e eles se mantiveram como lendas", afirmou, durante o GP de Eifel, na Alemanha. "Você poderia ser lembrado por ter os maiores números, e isso seria algo legal de se ter, mas o importante é a caminhada, a maneira como você faz as coisas e os obstáculos que você encarou", completou.

A verdade, como indicou Hamilton em sua resposta, é que o esporte é um fenômeno circunstancial, seja qual for a modalidade em questão. Tecnologias, regras, princípios, vão se alterando com o passar do tempo. A performance tende sempre a evoluir, mas os objetos de análise, por outro lado, vão se tornando cada vez mais repletos de variáveis, o que, por consequência, aumenta a imprecisão das comparações. 

É praticamente inevitável cair na tentação de opor gigantes como Lewis Hamilton e Ayrton Senna, Ronaldo e Pelé, Michael Jordan e LeBron James. Mas esse é o tipo de discussão desnecessária, que, no fim das contas, contribui pouquíssimo para a história do esporte.